2005-07-24

Alcântara-mar ou pântano?

Não sei se conhecem a estação de Alcântara-mar, mas para quem não apanha os autocarros que passam logo ali, tem que utilizar a passagem subterrânea que dá acesso à passagem para Alcântara-terra. Todos os dias da última semana tem sido um aventura utilizar essa passagem subterrânea! Todos os dias está alagada e a sua passagem só é possível porque os senhores do único café lá existente, cheios de boa vontade, colocam umas caixas de madeira, que dão uma passagem seca, se bem que algo periclitante, aos trausentes. É claro que o tempo que se demora a passar aumenta, uma vez que temos que ir todos em fila indiana e com cuidado para não ficarmos estatelados naquela água de aspecto duvidoso!
Já para não falar que o comércio que noutras alturas utiliza o túnel como montra para malas, carteiras e brinquedos electrónicos variados, fica sem poiso! O mesmo acontece aos habituais pares de testemunhas de jeóva que ainda não desistiram de tentar apanhar mais incautos que resolvam dedicar-se à fé!
E isto tudo quando estamos a discutir o racionamento de água a nível nacional... mas podemos ter um tunel alagado uma semana inteira! Isso pelos visto já não é problema!
E no meio de tudo isto será que a CP pede desculpa? Será que coloca um cartaz a dizer que conta ter a situação resolvida definitivamente a ... É caro que não! Afinal, as pessoas não têm mais nenhuma alternativa... por isso não há motivos de preocupação! O povinho, come e cala!

2005-07-17

Até à próxima patusco!

Quase todos os dias atravesso a passadeira de Âlcantara-mar para Âlcantara-terra de manhã. Durante muito tempo habituei-me ao gato que por lá estava quase sempre... e não era só eu a julgar pela quantidade de comida para gato que ele tinha sempre à disposição. Chamava-lhe patusco, o patusco de Âlcantara! Patusco por ser malhado: preto de branco e por viver livre... conheci uma senhora que apesar dos gatos de casa, também acolhia alguns no jardim e desses alguns o chefe da tribo era malhado e tratado simplesmente por patusco!
Quando começou a altura predilecta dos pequenos felinos irem às gatas, o patusco desapareceu por uns tempos... todos os dias espreitava para os cantos habituais e nada... mas a comida lá estava e dava-me ideia de ir mudando de sítio e de ser depenicada... menos mau. Até que um dia lá apareceu... estava dengoso como só os gatos sabem ser, deitado num canto, alheio às resmas de pessoas que por ele passavam. Cheguei mesmo a fazer-lhe festas que ele muito agradeceu, com um ronrom suave apesar da sua natureza desconfiada... fiquei quase orgulhosa!:)
Agora voltou a desaparecer... há já muito tempo que não digo: bom dia, patusco! Invarialvelmente espreito sempre, não vá ele ter voltado das suas férias... mas é sempre em vão... Nunca mais vi ninguém a deixar-lhe comida e os recipientes já habituais, acabaram por desaparecer... Digo a mim mesma que talvez ele tenha ido de ferias, que talvez um destes dias o veja de volta, sinto falta daquele seu ar desprendido e de o cumprimentar em surdina, para não soar demasiado excêntrica ao resto do rebanho!