2007-10-02

marcas do tempo

Tempo que passa deslizando,
como se o sulco marcado na descida da colina

já estivesse há muito marcado.

Como se fosse esse o único caminho possível.

Corre no seu próprio horário,
quase como se o dia não fosse o meu,
quase como se eu apenas estivesse a ver a torrente passar.

E na pressa de deslizar,
com todo o peso que traz consigo torna-se espesso,
escorrega como lava, queima-me com a sua presença!

Para que não me esqueça de que passou,
mas continuo à espera do tempo
que corra solto, leve e que qual rio que me acompanha,

que me refresca e que considere meu!