2009-12-23

Todos somos diferentes

Mas nem todos nós seremos um personagem assim!
Não tenho mais recados para te dar e há alturas em que sinto que ainda que os tivesse,dar-tos seria como largá-los ao vento!

2009-12-15

O nosso rosnar!


São sempre as pequenas coisas que têm a capacidade de nos fazer ser grandes... um pouco como as pequenas fábulas de La Fontaine que em pouco texto e com personagens tão dispares como leões e ratos, raposas e cegonhas nos fazem ver que nem sempre rugir nos permite ganhar a batalha do dia!
O que nos separa, não são apenas as fábulas que não te contaram ou que não quiseste apreender, mas a capacidade de vestir não apenas a pele da fera!
Mas nos bichos que todos somos, à semelhança do que acontece na natureza, todos reagimos de acordo com a nossa natureza primária, a que trazemos mais próxima, e por isso muitas das vezes apenas sabemos rugir de volta! Até ao momento, como todas as crias da mesma ninhada, sabemos sempre retomar as brincadeiras... mas assusta-me pensar que todas as ninhadas crescem, todas as crias acabam por ter que marcar o seu próprio território!

2009-12-02

Somos mais que a soma das nossas partes!


É porque somos feitos do nosso âmago rodeado de todos os pedacinhos que recolhemos de tudo porque passamos, que não devemos deixá-los ao vento... Se é verdade que os nossos alicerces nos mantêm de pé, não é menos verdade que são todos os coloridos que acabamos por recolher, desde as nódoas negras, aos arco-iris que nos trazem mais próximo do nosso percurso, ainda que por vezes não pareça!
Somos todos artistas e telas enquanto nos movemos por cá! Renunciar às pinceladas mais nossas, é ao mesmo tempo não quer ser nem o criador, nem a arte!

2009-11-14

No seguimento do tema anterior

Ontem  vi o (500) Days of Summer. O narrador define logo a história, não como uma história de amor, mas antes "boy meets girl". É uma história simples, muito bem contada, recheada de pormenores coloridos, divertidos e outros um pouco mais escuros, que acabam por dar uma dimensão humana ao filme e às personagens que nos apresentam a história!
E de facto, o fim não é exactamente linear, não temos o habitual fim cor-de-rosa, e dito isto, não podemos deixar de sorrir durante boa parte do filme e no fim, onde a nota final nos deixa a esperança que acaba por viver em todos os românticos, de que algures, no tempo e no espaço, obra do acaso ou destino com o acompanhamento da nossa vontade própria à mistura, todos iremos encontrar, "a tal" ou "o tal" que nos equilibra!

2009-11-09

A publicidade enganosa dos romances...


e dos contos de fadas de um modo mais visceral! E o quão enganosa é ou não, seria um tema para uma conversa sem fim, que nem mil "girls night" a fechariam!
E sim, concordo que é verdade que todos os contos de fadas com que nos minam a cabeça desde a mais tenra idade, criam uma noção de cavaleiros perfeitos, surreal. Mas verdade seja dita, que uma boa maioria de nós (felizmente, acho eu) nos dias de hoje, jamais se encaixaria no papel da princesa incapaz de se mexer sem o seu príncipe encantado, vejamos exemplos:
  • A branca de neve, jamais se levantaria do caixão sem o beijo do verdadeiro amor;
  • A bela adormecida, caso o príncipe não tivesse chegado a tempo, dormiria para todo o sempre;
  • E a gata borralheira continuaria a sujeitar-se a uma vida de escravidão, não fosse o príncipe ter a pachorra de ir de casa em casa, colocar o sapato de cristal em tudo quanto era pé de moçoila! 
Ao não nos resignarmos a sermos espectadoras da nossa própria vida, não podemos também esperar termos heróis de capa e espada aos nossos pés a tempo inteiro! Também eles abandonaram há muito o papel tradicional: uns porque perderam simplesmente o espaço para, e outros porque simplesmente não sabem! Não tivesse tudo mudado tanto e não teríamos o livro genial de James Finn Garner!
Já as comédias românticas, se formos a analisar bem, não prometem um final feliz... só vemos aqueles instantes que se seguem aos momentos mágicos e o amor não é só isso! Poucas são as excepções a esta receita tantas vezes repetida que promete um desenrolar perfeito com base apenas nos minutos que se seguem após o beijo sôfrego que sela o final.
Talvez devêssemos a nós mesmas a mesma capacidade critica que aplicamos à publicidade geral, para reconhecer que às vezes, fomos enganadas pela embalagem, que nem sempre é daquele produto que precisamos. Mas como tudo na nossa lufa-lufa diária, há um dia, uma altura em que nos apercebemos que temos nas prateleiras, o que nos falta!

2009-11-05

Dança de iguais


Já não me lembrava do à vontade que temos a falar, de como o tempo escorre sem o vermos, como se no fundo nunca tivesse passado tempo algum, nunca! E desta vez, o misto de estarmos em dois lados distintos da margem, estando ao mesmo tempo tão perto enquanto nos escutamos, fez com que de certo modo fizemos uma coreografia silenciosa equanto o tango moderno tocava de fundo, que perdurou muito tempo depois do som se ter calado.
Pela primeira vez, acho que estivemos num pé de igualdade, como se o tempo que nos arrancou e os rituais que encontramos para deixar o mesmo passar, nos tivessem feito crescer desta feita no mesmo grau. Se houve altura para sabermos que somos de certo modo faces de uma mesma força, essa altura talvez seja agora!

2009-11-03

Leap ...


of faith...
Durante minutos deixei a minha mente questionar se deveria ou não dar um passo em frente, quando sei bem que me estás a desafiar... não com maldade pré-calculada..., quero acreditar que não, escolho acreditar que não, mas um predador não consegue largar os hábitos de caça, de embuscada e além do mais, não esqueci o teu lançar da rede! A diferença é que já não partilhamos as mesmas águas... elas só se tocam, porque não condicionamos o seu fluxo! E é isto mesmo que quero provar a mim mesma!
Coragem é também a capacidade de saber ao que se vai, tremer por isso e ainda assim, ir! Já não são borboletas que me afligem o estômago: já conquistei as minhas, vou-te apenas mostrar que as domino, que são parte de mim! - E há enterros que só ficam feitos, quando mostramos que sabemos viver!

2009-11-02

Indivisível...


adj. 2 gén.
adj. 2 gén.
1. Que não se pode dividir.
s. m.
2. Partícula que já não admite mais divisão.
3. O que tem carácter!caráter de indivisibilidade.

E a partícula que admitindo divisão, a renega? Ou a ignora? Que estando já separada das outras, que se vendo como num outro tempo, num outro espaço, não deixa de fazer parte da partícula que largou...? Desconheço um adjectivo formal para um divisível/indivisível, mas reconheço o seu sentir!

2009-10-21

Unidades... e o todo


Todos somos um, no um que somos vamos recolhendo outros uns, formando um mosaico. Se tivermos sorte, o mosaico torna-se um padrão único, uma espécie de unidade de tal forma íntreseca, que a mesma chuva molha todas as peças do todo.
Esta mesma chuva que acompanha o vento que sopra lá fora e que neste momento só ecoa toda a extensão do mosaico que nos separa!...

2009-10-14

devolver-te as flores electrónicas...


Hoje ao almoço falavamos do fenómeno do twitter, o qual confesso, faz-me confusão. Como de resto,os facebooks e afins... Acedi a este último a pedido de várias familias e hoje espreitar o twitter com um impulso daqueles que nos dizem que alguém que deve andar na crista da onde não pode, ou pelo menos não deve, estar ausentes destas novas "trends" que se impões, quanto mais não seja para espiar os dizeres vagos dos outros e ao que vim a saber decobrir novidades dos que não deixaram de nos ser próximos... Será que no dia em que ligaste, estando eu no meio da Europa querias apenas ouvir uma voz amiga que de certo modo reflectiste pelos twits? Se sim, espero que saibas que se o tivesses mencionado por escrito, não seria o facto de estarmos longe que me iria amedrontar! Assim como não será o facto de podermos estar em pontos diferentes da ponte!
Por tudo isto de mostro de volta as tuas flores, para que sabias, para que sintas, que posso não estar na mesma zona da travessia que tu, posso não estar a ver o mesmo estrago..., mas já senti alguns e por ti, calço esses mocassins novamente, apenas para te aligeirar as passadas mais um pouco!

2009-09-15

Entalado na garganta...


Entalado na garganta, costuma ficar o que nos custa engolir ou o que, por querermos muito, quando nos foge, nos deixa um gosto amargo na boca que ao engolir nos lembra sempre a ausência que ficou!
Para além deste gosto amargo que te ficou, que mais te deixou perdido por não ter sido?... Que desenhaste no ar? Quando o souberes responder sem reservas, sem ses... talvez não te faça tanta confusão o embaraço na garganta!

2009-09-11

Romper-me...

O dia sogou-me a alma... saí do trabalho quase como quem foge, quase como se eu mesma pudesse desaparecer no meio de tudo aquilo.
Fugi, mesmo sabendo que não te iria encontrar.
E agora que tenho o conforto do descanço todo para mim, chega a ter um sabor amargo só porque não estás aqui, só porque tu não podes descansar. O sabor é tão acre, que é como se o despir a pele de trabalho para o fim-de-semana, me deixasse em carne viva!

2009-09-10

Medo miudinho...

É estranho, como a o cheiro da proximidade das ante-estreias deixa sempre um nervoso no ar, sejam elas de representação, de vida de real, ou de alguma criação que começa a ganhar forma própria, largando o racunho de papel!
Tenho gasto os meus intervalos a magicar os próximos passos a dar. Sei bem que não posso controlar todo o argumento à minha volta e que por muito que o reveja, vou ter sempre as surpresas próprias da encenação! Mas conforta-me olhar para os rabiscos que vou deixando e ver neles os próximos alicerces de mim mesma!
Mas agora que os mesmos começam de facto a ganhar forma, chego a ter vontade de não olhar para eles... de me esquecer que lhes dei forma, que fui eu que os escavei! E agora que começo a ter que assentar os próximos pilares, que faço eu com este medo que sinto a rondar-me a pele, como que a soprar baixinho?

2009-09-07

Mais um fôlego...

Começo a olhar para as horas a escorrer pelo relógio. Marcam o tempo que me resta para não deixar pontas soltas, marcam o tempo que falta para largar a fera, marcam o o tempo que falta para podermos ser apenas nós!
E durante todo esse tempo que ora foge ora se arrasta, eu vou rugir mais um pouco, planear as caçadas que ainda estiverem por vir, tudo em piloto automático porque não sei ser a presa!
Mas mesmo sabendo ser predadora, é pelo tempo da toca que anseio, pelo desmanchar da tensão, pelo libertar de cada um dos músculos que bem sei que vão estar alerta enquanto não desmanchar a figura!, pela altura em que vou poder relaxar e saber que vais tratar das feridas de guerra que arrecadar daqui até lá!

2009-09-02

Ainda no tópico da música

Como todo o filme, também nos meus episódios mais marcantes, acabo por eleger uma música que de uma forma ou outra acaba por ser a banda sonora associada à sensação,ao ambiente do momento...
E há sempre pequenos instantes que acabam por ser decisivos, quase como rascunhos rápidos, deixados no papel, sem serem pensados e que acabam por ser o traço decisivo de todo o desenho!
Foi um pouco assim que senti aquele momento em que quando esta música tocou no supermercado e tu sorriste quando te cantei o refrão enquanto dançava à tua volta, que soube que não precisava de ter muito cuidado com as personas a mostrar!

2009-08-17

Pode não ser a tua música...

Nunca relacionei nenhuma música com a tua definição, embora tenha criado uma bela banda sonora para a nossa história, ao longo de todos os episódios e fases porque passámos. Muitas delas são fruto dos nossos gostos, das vezes em que deixamos uma música de fundo a acompanhar as conversas noite fora, outras foram eleitas porque a letra representa em boa parte um ou mais degraus do caminho.
Lembro-me de termos falado desta música, de a termos debatido, de a ter utilizado como metáfora...
Não será a tua definição... mas de certa forma é a parte prática do esboço da tua faceta de ter areia do deserto nas veias...

2009-08-11

Fazer papel de grande

Passei o dia a fazer contas de gente grande, contas para não dar parte fraca, contas para vestir a pele de guerreira, para me lembrar que sei ir à luta quando tenho que ir e sobretudo, contas para nós; contas para ver se salto do desenho a lápis, se perco o medo de rabiscar estas contas que teimo em repetir!
Ainda há pouco, por um momento fugaz de um filme vi-me outra vez menina, quis mesmo ser outra vez pequena, não ter contas nenhumas para fazer, para prestar, não ter fardos para carregar, poder ter um colo perto e com ou sem contas por fazer, foi no teu colo e no teu abraço que pensei!
Talvez seja por isto mesmo que eu vou continuando a rabiscar as contas que acho que ainda temos para fazer, ainda que não as consiga ainda fazer a caneta, também sei que não vou deixar de as fazer! Um dia deixarão de ser as minhas contas de ensaio, como se não soubesse se quero que sejamos ambos grandes, para serem as contas da nossa estreia!

2009-08-06

Patchwork

A verdade é que não me apercebi do tempo que já passou, estive perdida no entretecer de todos os nossos pedaços. Os que são tão pequenos que quase nem se vêem, os que são apenas nossos e que ecoam nas nossas cabeças quando os nossos olhares nos lembram deles, os que foram tão intensos que de alguma forma tiveram o seu eco por aqui e são todos eles que foram este primeiro pedaço de manta!
Por não a achar ainda uma manta completa, quero estar entretida no pespontar todos os pedaços que ainda estão para vir, os que vão necessitar de ter representação, os que vou debruar com todo o carinho e colocar no centro da manta, os que ainda que parecem pior, vão ajudar a compor o padrão global e dar-lhe corpo e alma!

2009-07-22

Deixo-te mais um bilhete...

Como aqueles que te deixava, quando mesmo nas tuas ausências tinha que arranjar uma forma de falar contigo. Cheguei a marcá-los cronologicamente para tentar fazer com que não te perdesses, lembras-te? Tudo isto muito antes de ter sentido a necessidade de fazer o teu ritual de despedida, quando ainda reinava a misticidade das "Cartas de Amor do Profeta" e achava que iríamos trocar ideias até ao fim da vida!
Cheguei mesmo a imaginar que apenas eu tinha criado todo o elo. Só isso explicaria como algo de tão presente, tão notório, tão visceral poderia ter desaparecido no nada! Algo que não existe, deixa de estar presente pelo simples facto que nunca lá esteve! A tua resposta ontem mostrou-me que não! E por isso te agradeço. Não sei porque motivo optaste por arrancá-o de ti, mas sangraste. Se não tivesses sangrado, não terias a marca em ti, este tempo todo depois!
Não te sei dizer já, quantas luas terão que passar ainda entre nós. Talvez sejam apenas algumas, talvez sejam tantas que já só na próxima vida conseguiremos fazer o acerto final! Mas sei dizer-te que parte de mim toda a vida te vai escrever cartas, pois sei que tu as entendes, como talvez apenas tu as possas entender! E nesse espaço, também te vou ler, se assim o quiseres.
Não te digo Adeus agora, como de resto nunca o disse. Entre nós será sempre um até já.

De todas as vezes em que nos encontrámos em patamares distintos, talvez esta seja a vez em que mais o sentimos!

2009-07-13

Mais um passo, mais um movimento

Queria apenas dizer-te que sei que vou dar mais este passo. Vou dá-lo a medo, mas ainda assim vou dá-lo! Há passos que já não podemos dar, sei-o bem. Mas por todos os que ainda conseguimos dar e pela cruz que não quero carregar aos ombros, quando não houver já esforço nenhum passível de realizar, sei agora que darei este passo e todos os outros que fisicamente me conseguir obrigar a dar!
Espero apenas, não olhar em volta para constatar que fui a única a dá-los!

2009-06-28

Na vertigem de me perder...

Há dias que nos sugam o tutano, em que deixamos, que nos suguem! Onde para além das batalhas de todos os dias, surgem outras envoltas em bruma que já não nos lembrávamos que existiam. Como fantasmas a lembrar-nos que as assombrações podem estar sempre à espreita!
Nesses dias, a tentação de despir a própria pele ao fim do dia, como se fosse meramente uma carcaça, uma armadura que necessita de ser limpa, como se ao lavá-la, pudesse depois voltar a ser eu mesma, como se esse pequeno descanso me desse espaço outra vez, chega a ser esmagadora!

Para além de todos os pequenos sinais que já sei ler em nós, é por nestes dias o acto de me convencer a ir ter contigo me sair tão natural, que me deixo ser eu novamente só porque respiras perto, que sei que não preciso de temer perder-me nas diferentes guerras, desde que estejas perto quando as mesmas chegam ao fim!

2009-06-10

A luta suspensa ou as tréguas por vir?

Olhando para trás, todos os pedaços em que fui a tua menina desaparecerem por baixo de toda a poeira das batalhas que ficaram a pairar no ar entre nós! Há alturas em que parece que todos os encontros deveriam implicar sempre o vestir de uma armadura, não vá a tensão transformar-se de um momento para o outro na batalha há tanto tempo adiada. O facto da mesma principiar e nunca chegar a suceder deixa, depois de todo este tempo marcas. Marcas que não ficam na pele que poderia ser protegida. Marcas que trago cá dentro e que me lembram que já não é a primeira vez que mas deixas!
Por artes mágicas, gostava de voltar ao tempo em que me ensinavas a andar de bicicleta. Nessa altura, não havia cicatrizes, não havia necessidade de me preparar para ti, sabia que tomavas conta de mim.
Agora um bom momento é aquele em que não sentes necessidade de medir forças ou de mostrar que ainda sabes liderar um ataque!
Desconfio que a possibilidade de umas tréguas entre nós caiam sobre mim, como sempre caíram de todas as vezes que duraram... Mas temo não ter já corpo para aguentar outra tareia... do mesmo modo que não tenho mente para prolongar esta ausência de luta entre nós...

2009-05-23

Despir o trabalho...

Avizinham-se 2 semanas ... 2 semanas para as quais corri uma semana inteira quase até perder o fôlego! Quase a pontos de me esquecer de mim mesma!
Agora é tempo de respirar, e nos primeiros dias parece que custa! É tempo de despir a correria, de trocar o fato de bombeira, de deixar cair "the game face"... de ser apenas eu. Confesso que tenho saudades minhas... Espero apenas que também as tenhas!

2009-05-12

Quando o sentido de dever nos chega...

Não me lembro de quem mo incutiu. Provavelmente herdei-o de um misto de observação e da minha capacidade de mergulhar em histórias alheias até ao tutano e arranjar sempre forma de vestir a pele dos heróis que sofrem e sangram! Sei apenas, que muitas vezes contra mim mesma, me vejo a tomar um caminho, ainda que parte de mim não queira, simplesmente porque sinto que o devo percorrer... Estranhamente há alturas em que nem sequer questiono o caminho, outras há, em que apesar de não gostar do sentido dos passos, o faço com uma mecânica segura porque sei que devo... ultimamente, no entanto, tenho o gosto doce de estar contigo na ausência de caminho, suspensa no tempo e no espaço... e depois de guardar esse gosto, ver-me a aterrar num caminho escuro, que não conheço nem acredito, apenas faz com que não o queira andar!
Nestes dias, nem o sentido do dever me empurra para a frente, apenas me faz estranhar mais o percurso, encará-lo como não sendo meu e por arrasto, questioná-lo!
A renegar o sentido do dever, tendo ele sido sempre meu, não posso deixar de me estranhar...

2009-04-15

Com ou sem tiquetaque?

Foi como de tivesse estado distraída a olhar para ti, ou como se por momentos o tempo tivesse parado. Parado para mim, enquanto o relógio marcava o tiquetaque do tempo para o resto do mundo... E depois de tudo o resto ter avançado no tempo, depois de me ter apercebido que eu tinha estado em suspenso, como que segura no teu olhar, que faço com esta ausência do mesmo, quando também a mim o tiquetaque persegue, lembrando-me que mesmo a magia tem hora? ...

2009-01-31

O sabor do silêncio

Há momentos, em que ficamos sem palavras. Há momentos, que o cérebro como que nos abandona, deixa-nos sem suporte e perdemos a vontade e a capacidade de formular um discurso que nos pareça valer a pena!
Há alturas e companhias em que essa situação nos deixa desconfortáveis, porque parece que o silêncio fica com um peso próprio ficamos mais concentrados nesse peso do que em qualquer possível diálogo, do que nas pessoas que nos rodeiam e durante instantes é como se apenas aquele silêncio reinasse!
Mas quando és tu, o silêncio invade tão somente porque não há necessidade de palavras, porque é mais importante saborearmos os momentos, as expressões, o cheiro e o gosto. Contigo, o silêncio tem um sabor doce!

2009-01-07

Valeu a pena


Sempre gostei de acreditar, talvez por força de ser teimosa e gostar de manter a esperança, que os trambolhões dados, não sucedem em vão - há alguma lição que está por de trás da queda dada. E ainda que tal não seja verdade, aprendemos a cair, a levantarmo-nos melhor... Mas nada disto facilita a queda, ou faz com que doa menos, claro está! nada disto, tira o gosto do desespero da boca, quando sentimos que estamos à beira do precipício!
Sendo o homem um animal de hábitos, até ao amargo nos habituamos... e ainda que devagarinho, provar o doce a toda a hora, causa uma estranheza desconcertante! É quase preciso reaprender a ser... mas quando a estranheza acalma, tal como o sol espreita, no fim da neblina, é como se todas as lições de todas as quedas se tornassem claras de uma só vez!
Caía ainda mais vezes, se necessário fosse, para poder reconhecer-me aqui, se necessário fosse!