2006-09-25

O que ensina a ficção?

E eu que julgava que a maioria de ficção era de entretenimento, fiquei a saber que segundo o “salto de agulha” (nº 538), isso não é bem verdade. Ao que parece serve de ensinamento!... E a escolha de exemplo cai sobre “ a novela das nossas vidas: Jura”. Confesso que ainda não a vi, mas a julgar pelos trailers que foram surgindo, não a consideraria de todo como a nossa vida de todos os dias e tõ pouco esperaria viver uma grande identificação com as ditas personagens... mas ao que parece há quem esteja preocupado com o facto que segundo Jura, existem apenas dois tipos de homem:

  • os que passam a vida a saltar para a cueca alheia:

  • os que se alheiam da relação e procuram outras.

Assim de repente parece-me que a única diferença entre ambos se resume ao facto de um um, apesar de saltar de cueca em cueca, não estar alheado da relação que vive... ou será que está é igualmente envolvido com todas as cuecas que salta??!

Não sendo gajo, eu cá por mim, não gostava que a minha definição estivesse reduzida a este eixo, mas enfim!

Ao que parece esta classificação, reduz as mulheres a uma eternidade de choro, onde ou choram por eles ou choram pelo que podiam ter tido e não tiveram! Mas do ponto de vista da ficção, os tipos de mulheres, para os homens que têm o «privilégio» de estar no elenco, temos:

  • as que por casar, nada viveram;

  • as que apesar de casadas, continuam a viver tudo o que bem lhes apetece;

  • e as amigas das que estão casadas!

Tendo em linha de conta o tema da novela, reduzo isto à mera de classificação de ou vaca ou papa-açorda! (E eu a achar que o tempo de reduzir as cores branco e preto já tinha passado!)

Na minha humilde opinião, diria que o Jura é uma tentativa da SIC seguir pela ficção nacional e mostrá-la mais spicy que a sua rival! E já agora, se o Jura, pode representar a realidade, isto quer dizer que o mundo também se divide entre Cinderelas e madrastas más? Se uma é assumida como classificação redutora, porque razão se acha mais normal assumir rótulos em torno do sexo??!


2006-09-18

Aversão à diferença

A maioria de nós, espécie humana tem uma má relação com o diferente.

Quando somos pequenos, isso nota-se logo: há os gordos, os caixas-de-óculos, os que não correm, ou os que vestem roupa mais suja ou que cheiram pior! Há sempre uma pequena lista daqueles que não podem estar no grupo dos outros!

Como me achei na lista dos outros durante a primária, no liceu nunca fui muito discriminativa, facto que em muito contribuiu para o meu karma de aves raras, cheira-me. Mas sempre me fez confusão condenar alguém à partida apenas porque o aspecto era mais assim ou assado. É claro que às vezes vi-me obrigada a constatar que muita daquela gente tinha de facto pancada e que talvez por isso fossem ostracizados, mas também havia muita gente que não era “descoberta”, simplesmente porque eram colocados na prateleira a não mexer antes que isso pudesse acontecer.

Hoje em dia, o tipo de distinções que fazemos é nalguns casos, mais subtil (só nalguns, é verdade, ou não fosse muito boa gente estar presa no pior da adolescência!)


Este fim-de-semana fui ao cabeleireiro. Marquei para o L. porque gosto do corte dele, porque não me lava a cabeça como se estivesse a esfregar roupa num tanque e porque é divertido e expressivo, sendo mudo!

Quando cheguei, ele não estava à vista e depois de n peripécias que o resto dos cabeleireiros fizeram , convencidos que eu ou era cega, ou surda ou talvez apenas parva, par o chamar, pude constatar que nem aquelas pessoas que todos os dias trabalham com ele tinham estabelecido o básico: um código minimo de entendimento para o chamar em caso de necessidade, quando ele não está à vista! É claro que baterem na porta, não ia surtir muito efeito, certo? Então que tal, pensar um pouco em vez que achar ridículo o facto de ser necessário fazer passar uma folha A4 de letras garrafais para que ele pudesse ler??! é assim tão difícil treinar um bocadinho de tolerância?!

2006-09-14

A lenda de Zorro

Ontem acabei de ler o livro da Isabel Allende e acho que tenho que lhe agradecer o facto de o ter escrito.

O Zorro sempre foi um dos meus heróis preferidos pelo principio da coisa, tal como o Robin Hood: o lutar pelos mais fracos, pelo oprimidos e injustiçados, o tirar dos sacanas dos ricos para dar aos que mais precisam. Acho que consigo gostar ainda mais do Zorro pelo garbo da coisa: o figurino, a elegância do espadachim, dá um toque mais sublime à luta em si! :)

Se pudesse, era o Zorro! Aquelas personagens satélites femininas cujo papel se limita ao de suspirar numa noite quente, deixando a varanda aberta na esperança que o negrume da noite se transforme no herói mascarado, sempre me soube a pouco! Sim, admito que o Zorro me parecia cativante que s cens do luar eram engraçadas, mas a ideia de me imaginar a mim a assobiar pelo Tornado, a ser capaz de golpear com precisão com o chicote, desenhar o Z com uma rapidez demoniaca nos tais sacanas, só porque sim e ter um ar trocista no meio de tudo aquilo pelo simples facto de estar num outro patamar, sempre me encheu mais as medidas!

E no livro ter sido apresentado um caminho perfeitamente delicioso para o Diego de la Vega caminhar de homem para Zorro, onde as mulheres não são amorfas, deixa um gostinho bom...

2006-09-09

Não chegar a nascer...

O tempo da apanhada ficou para trás. Já não andamos em bandos completamente diferentes. Nessa altura eras apenas mais um daqueles que corriam muito, mas que para pouco mais serviam, além de serem brutos como tudo!

Depois veio a distância.... víamo-nos entre salpicos de tempo... onde eu já estava na faculdade e tu ocupavas o tempo enquanto não entravas onde desde sempre tinhas decidido qua irias... Sempre pertencendo a universos distintos, mas com território comum que sempre fez que os olás fossem mais longos que o esperado por outros.




E agora apareceste a trabalhar perto, a morar perto e eis que dei uma Carrie e por instantes achei que era tudo muito romanesco! Que as páginas estavam em branco, que podíamos escreve-las... mas aquele desfiladeiro, nunca desapareceu, acho.

E com duas frases, voltei a empinar nariz, a subir o penhasco que me mantém num patamar distante, rasguei as folhas limps que não te mostrei e vesti-me novamente de gelo!

2006-09-01

Irascível, Mr. Hyde e TPM

Que combinação do caneco!

Imaginem que estão na semana do período, que por algum motivo aquela falta de pachorra ainda não se foi completamente embora... talvez o stress a mais, o dormir pouco, o ter que começar o dia a lavar as escadas à entrada da porta porque o raio do saco do lixo entornou uma “nhanha” qualquer, também não ajudem! Mas nessa altura, não achei que o pato que resolveu provocar um acidente logo pela manhã na auto-estrada, estivesse de conluio com o resto do mundo para me testar a paciência!...

E depois de uma pausa antes do reboliço do trabalho, começou a conspiração: alguém que se esqueceu de fazer algo em produção e que me faz sentir mais uma vez que tenho que me lembrar de tudo, como se tivesse que ter uma memória de elefante... ou então uma espécie de super poder “ a mulher que tudo lembra”! Ainda no rescaldo, disso vem uma discussão com um fornecedor que parece que não percebe aquilo que quero que faça, pela simples razão que lhe dá trabalho! Mas será que ninguém explica a esta gente que é para isso que eles são pagos?! Para trabalhar e já agora fazerem o que o cliente pede e não o que lhes dá jeito?! Irra!

Por esta altura tive um dos meus momentos Ally McBeal from hell! E se lhe desse uma estalada? Ou melhor... se Mr Hyde tomasse conta, ou alguma espécie de besta inferna que he rasgásse a goela só para o calar?! Quando já estou quase a respirar fundo, com a palavra irascível a martelar-me na cabeça como a única explicação e justificação que me podia dar, aí vem mais uma frase bomba dita por alguém que por sa vez também está chateado e eis que tive que sair durante um bocdo pois tive a sensação que a qualquer momento o meu Mr Hyde podia espreitar!
Felizmente ou não estes arranques quase sempre acontecem apenas durante estas alturas do mês! ...


Decisão: vou sair cedo. Tenho que ir ao ginásio drenar isto antes de ataque alguém! E aplicação de teleponto lembrasse de me avisar que tenho picagens desaparecidas, e deixa-me resolvê-las a uma velocidade muito longe do estonteante, está um trânsito de um raio, um velho num carro grande, não sabe o que quer fazer, outro carro mais à frente resolve ir a ritmo de passei na faixa do meio só para não conseguir cumprir o meu plano inicial! E aí sinto o Mr Hyde querer sair... quase me imagino uma torre de 2 metros e encostar aquela gente toda num poste enorme... e novamente baila-me à frente a expressão irascibilidade!


E só por causa disto fui a Body Combat e hei-de vos esmurrar a todos que qualquer maneira! Não faz bem ter muito tempo aprisionado o Mr Hyde! TPM ou não TPM!