2005-12-04

O que nos faz rir?

Dependendo da situação, há um vasto leque de opções e que nos são capazes de arrancar um sorriso ou até mesmo uma gargalhada vindos quase do nada!

Na azáfama tipica da corrida para as compras de natal, onde quase todas as estradas que conduzem a algum tipo de comércio estão cheias, filas em todo o lado, passo numa rotunda onde estava à espera de encontrar confusão (pois uma das estradas conduz a um desses magníficos locais de passeio actuais das familias portuguesas: o centro comercial). Quando tive que parar não me espantei. Quando levantei o olhar para confirmar a romaria de carros da qual estava à espera não pude deixar de rir ao ver que ao contrário do que eu esperava, não era uma fila pegada de carros que estava a provocar a paragem, mas sim um rebanho de ovelhas que a mando do seu pastor atravessava a estrada!

Gosto de ver estes resquícios do viver antigo perdidos por gente de outro tempo apenas a 30 km da capital.

E lá passaram as ovelhas, ao seu ritmo, com os seus casacos de lã farta, alheias ao consumismo nervoso dos carros que por elas esperavam!

2005-11-27

Pelas oferendas silenciosas a uma divindade quase desconhecida

A Isis continua por cá. O tempo de refugfiada acabou. Ainda não se dão os 3 bem... acho que estão a medir forças tanto o nível de espaço, de território e cheiro como de mim. A quererem mostrar constantemente uns aos outros que eu gosto deles, que eu dou mimo a cada um... como par se afirmarem e confirmarem que ainda sou de cada um deles!

E sou meus lindos! Sou vossa independentemente das vossas asneiras e dos vossos ciúmes! Sou vossa possilvelmente porque Bastet assim o quis porque vocês mo lembram constantemente!

2005-11-08

Afinal Bastet estava à escuta!

Sempre é verdade que os deuses não dormem?

Vi-te a fugir uma madrugada que saí cedo em que em silêncio te pedi desculpa, mas demasiado depressa fugiste com medo do carro que começava a trabalhar!
Trouxe-te comida enquanto de todas as vezes me pedias colo enquanto me marcavas com o teu cheiro para me saberes amiga e tua! Sempre te sussurrei que não podias vir namorar-me pela noite, que precisava de saber se estás doente. Que não te podia levar cegamente para casa, por muito sedutora que fosses!...
Agora estás cá, ainda no papel de refugiada que o meu menino e minha menina ainda te dizem não! Ainda te acham estranha, ladra! Estás à parte, com doses de convívio em suaves prestações: um pouco por dia para ver como corre. Doi-me o coração ter que te fechar, mas doi-me a alma de ver a Zinga tão assustada a olhar para ti! Assim como me custa fingir que me esqueço de voc~es, só para ver como iniciam o diálogo uns com os outros!

Acende uma vela a Bastet: pede para te dares bem com os teus novos irmãos...

2005-09-24

Como se pede desculpa a Bastet?

Cheguei tarde....muitas horas em cima acabam por tornar o corpo pesado... mais do que gostariamos de admitir, tenho certeza! O rapaz brincava encantado com a gata que, como feminina e dengosa que é, estava toda deliciada alheia ao seu habitual factor de desconfiança. Pedi para me deixar pelo menos arrumar o carro e quando saí lá estavam os dois a convencer-me permanecendo mudos que a devia adoptar, tão linda, tão desamparada... A utilizar todo o poder do olhar pelo seu silêncio!
Levei-a ao colo com receio da recepção que os meus dois felinos lhe fossem fazer! O meu gato mediu-a bem, aumentando o seu tamanho para o dobro, rosnando baixo a cada vez que a sentia perto e defendendo po bem mais precioso da casa: a sua comida e a sua dona! Senti o cansaço todo em cima, como se o dia tivesse ficado ainda maior e não me achei com forças para servir de ONU durante tempo indeterminado. Com peso na alma tive que a ir deixar novamente na porta do prédio com mais comida e água!

Vim a pedir desculpa a Bastet baixinho pois sei que havi pedido esta oportunidade e agora não me sentia com forças para a levar até ao fim!Que fiel tão reles!

Mas apesar de tudo recebi algum descanço! Descobri que de facto há uns supostos donos que a deixam liberta, solta e tão necessita de colo que dá dó! Mas existem! Não tenho que a ter sózinha na minha consci~encia como um preo gravado fundo no coração! Só tenho que convencer a criança que a nin, como a ouvi chamar precisa de mais coisas que libertinagem!

2005-09-18

Um tuga a admirar o fogo de artifício

Este mês, em Belém, Lisboa recebe todos os sábados um festival de fogo de artifício. É sempre bonito. A torre de Belém no rio com a luz a cair sobre o Tejo e a iluminar o padrão dos descobrimentos dá uma atmosfera de quase encantamento, tudo seria magnifico, não fosse a maneira peculiar que este povo lusitano arranjou para ver o fogo!
Pouco passa das 23h quando se comete a verdadeira loucura de passar pela marginal num sábado à noite. Ao contrário do que seria de esperar, a confusão não estava a 24 de Julho e quando se pensa que o pior já passou, o trânsito pára. Só luzes de stop, só vermelho pela marginal a fora, tanto quanto se consegue ver! Só podia ser um acidente... Mas eis que no horizonte surgem aquelas luzes no ar e o no primeiro lampejo que tive pensei que se tratava do habitual ritual de embasbaque normal, que estava tudo a andar a passo de caracol para não perder pitada do espectáculo enquanto faziam o caminho. Mas ao passar pela zona de Belém em si percebi que era algo ainda mais sui generis! Como estava tudo cheio com filas imensas de carros parados em todo o pedaço de passeio, a alternativa a seguir foi utilizar uma das faixas de rodagem com os quatro piscas ligados como se assim tudo desculpassem, com os filhos sentados do lado de fora das janelas do carro, ou com os casais abraçados entre o pouco espaço livre até ao carro seguinte, completamente alheios à fila ao lado que a custo tentava andar e seguir viagem!A cereja no topo chegou pouco depois com meia dúzia de policias no meio da estrada, a dar ordens de seguimento à faixa da esquerda como se a fila da direita estar parada a ver o fogo de artifício, para lá de usual fosse expectável. E lá estavam eles com cara de poucos amigos, não para quem estava parado a entupir tudo, mas para quem apesar de tudo teimava em utilizar a estrada para a sua principal finalidade: viajar!

2005-09-13

Os Golias de hoje

Rezam as lendas que Golias era um tipo de mau génio... além disso era enorme! Tudo nele metia medo: as suas dimensões, a cara sempre fechada incapaz de uma feição suave... Além disso era soldado, esperava-se que lutásse até à morte . Principalmente, até à morte dos outros! Quem lutava com os Filisteus todos os dias podia não olhar com alegria o confronto com o Golias mais uma vez, mas bastava olhar para o campo de batalha que já sabia onde se encontrava aquela figura decomunal e em caso de necessidade extrema, a fuga poderia ser sempre equacionada! Todos os movimentos poderiam ser feitos tendo em linha de conta a posição de Golias!

Os Golias de agora, são muito mais dissimulados! Não são maiores nem mais feios que nós e não são particularmente mal encarados, muito pelo contrário... têm sempre um sorriso leve nos lábios que serve de armadura para o que se passa na mente deles. Muitos andam fardados iguais a tantos outros, andam devagarinho pela surdina, à escuta do que lhes dá jeito. Não precisam de usar armadura para o campo de batalha, pois qualquer localização encerra em si uma possível luta em silêncio, só reconhecida por eles! Lutam pelo que não fazem, escondidos nas falhas alheias, protegidos pela ausência de acção dos outros!

Os Davids de agora têm que continuar a passar a mensagem de que não passam de humildes pastores mas nem tão pouco o uso da funda lhes é facultado! Têm que aprender a reconhecer os Golias engravatados, enquanto devem apenas estar ocupados com o rebanho a pastar. É como ser lobo e pastor ao mesmo tempo, sem nunca o poder mostrar!

E nas organizações de sempre, no lufa-lufa de todos os dias, erguem-se novos exércitos de Golias muitas vezes invisiveis uns para os outros, num crescimento mudo, quieto! Talvez um dia, sem pedras para os afastar, será a inércia de todos que os levará à extinção!

2005-09-11

Mais uma oferta a Bastet

Eram horas de sair, estavam à minha espera... Já estava atrasada com o tempo que demorei a esconder o cansaço dos traços da semana desgastante que se acumulam sempre ao fim de sexta com um peso estonteante! Mas antes de fechar a porta lembrei-me da promessa feita: Faltava a oferta de hoje e assim enchi uma garrafa pequena de água e comida seca. Na saída do prédio lá coloquei diligentemente água nova e mais comida na tigela... virei-me devagar para sair para o carro e lá estava ela. Mais uma vez debaixo de um carro, mais uma vez a estudar-me!
Caminhei devagar para ela, falei baixinho... deixei-lhe um pouco de comida... fugiu um pouco mais para trás. Naquela noite soube que não era ainda a altura dela... sussurei-lhe que lhe tinha deixado comida e que a podia comer quando quisesse que eu ainda não estava preparada para desistir!

2005-09-07

Já só falta a egípcia!

Ao fechar a porta da garagem vi um vulto debaixo de um carro, quase uma sombra… podia ter ignorado, mas não consegui! Tive que verificar se era alguma delas. Acabei de gatas na estrada até ver a egípcia desconfiada! Prometi-lhe que voltava a descer com comida e assim o fiz. Mas ela é mais bravia, independente… aquela hora ainda havia muitos carros a chegar, muitas vozes a ecoar… não a voltei a ver.

Pensei que os donos da outra a tinham encontrado e que pelo menos essa tinha tido sorte. O saldo não era mau de todo!

Já tarde a minha vizinha veio devolver-me a tigela de água a dizer que tinha adoptado o Pantufas, afinal era um ele e que as suas gatas nem o tinham recebido mal. Disse que não o conseguiu votar ao abandono com aquele miado desesperado de mimo a ressoar na cabeça dela!

Disse-lhe que tinha visto a outra e que por isso tinha deixado mais água e comida e ela voltou a descer e a meter lá tudo! Um pequeno selfservice para que ela possa ir comer se tiver fome!

Lembrei-me novamente dela debaixo do carro. Daquele olhar entre o assustado e o desconfiado. Da indecisão entre o fugir e ir ao encontro da minha voz.. Saí novamente à rua na esperança de a ver, mas como ser altivo que é e já pouco habituado a seres de 2 patas simpáticos, não apareceu. Chovia levemente, imaginei-a no seu recanto de noite, enroscadinha e na medida do possível feliz… doeu-me não ter decidido ficar logo com ela, talvez não a volte a ter tão perto… Mas enquanto a comida e a água forem desaparecendo, eu vou continuando a deixar oferendas aos deuses antepassados da sua linhagem! Talvez Bastet a conduza novamente até mim se isso for o melhor para ambas!

2005-09-06

Uma pantufa e uma egípcia!

Eram cerca das 23h de ontem quando cheguei a casa vinda do jantar de aniversário da minha mãe. Chamou-me a atenção o facto de estarem pessoas à entrada do prédio de luz acesa, como que a ver algo, mas não liguei… assumi que se podiam estar a despedir. Mas afinal haviam outras estrelas: 2 gatinhas que por ali estavam e que queriam tanto colo e atenção que vieram atrás dos meus vizinhos na ânsia de terem colo!

Uma era preta, roliça de meias brancas toda dada ao mimo e com coleira o que me fez esperar que estivesse perdida e que não tivesse sido simplesmente abandonada à sua sorte! Essa parecia mesmo uma pantufa perdida, desnorteada… tinha tanto medo de sair do prédio que me levou a pensar que provavelmente isso já lhe tinha acontecido de outras vezes.

A outra era mais alta, magra com umas orelhas pontiagudas que lhe davam um ar de gata egípcia! Era mais nova, mais dada à exploração e brincadeira e fez uma festa só com um pedaço de papel!

Mas qualquer das duas vinha às nossas mãos receber festas sem pudor algum, lançando o seu charme na esperança de conseguirem uma conquista! Mas tanto eu, como os outros vizinhos já temos 2 felinos em casa e eles não gostam muito de partilhar o espaço com estranhos só porque sim! Tive medo da reacção que iria ter em casa e imaginei o pior quando me apanhassem fora de casa… cheguei a pensar que podíamos cada uma ficar com uma…

Ainda voltei atrás para lhes deixar água e um caixote não fossem não ter melhor poiso para dormir… obriguei-me a fugir logo de seguida para não ver aquele olhar de quem pede tudo, pedindo no fundo tão pouco!

Ao descer hoje, não sabia se as queria ver lá ou não… mas inevitavelmente espreitei… a comida e água tinham desaparecido assim como elas. Espero que tenham encontrado pelo menos um canto mais aconchegante para dormir! Depois à noite logo se vê se voltam a dar um ar de sua graça…

2005-08-27

O bombeiro IRS

« (..) e um benefício fiscal "que entraria como despesa de protecção ambiental" e de seguros florestais. (..)»

Quero desde já avisar que pertenço aquele universo de pessoas que tem um respeito incomensurável pela floresta. Adoro passear rodeada de verde e respirar todo aquele ar limpo... mas ao ouve a notícia acim, imaginei a facilidade do cenário de implementação desta solução proposta.

O tio Joaquim sempre viveu n serra. Tinha gosto por todas aquelas àrvores que a sua família sempre tinha cuidado... desde tempos imemoráveis que os eucaliptos lá estavam. Árvores simpácticas que não demoram muito tempo a dar dinheiro outra vez, chieram bem e tudo! A única chatice é mesmo estarem no meio daquele ermo e as pernas já não serem o que eram... só pagando a alguém lá conseguia ver aquele rendimento extra que tanto jeito dava. Nem sempre lá estava, mas as contas apareciam sempre invariavelmente feitas tendo em conts os ans e aquele dinheiro certinho que vinha sempre dar mais um a folga, oferecer algo aos sobrinhos, sentir que não se faz parte apenas daquela terra perdida e que se tem um meio para o resto da família se lembrar de nós...

Mas os dias do tio Joaquim acabaram, como acabam sempre os dias de alguém, um dia... e o sobrinho mais velho, ficou com aqueles eucaliptos no meio do nada, naquele ermo que só quem conhece encontra e sabe quando elas começam e acabam. Pouco ou nada sabia de mata. Toda a vida viveu em lisboa e das árvores sabia que era necessárias e daquelas em particular sabia que davam um acrescento razoavelmente generoso de tempos a tempos! Quando chegou o primeiro ano em que as árvores iram dar mais um pouco de si, apesar do tio Joaquim já ca não estar, começou a investigar ao de leve que deveria saber, convencido que seria coisa de pouca monta e que sozinho daria conta do recado! Quando descobriu que não só não o conseguia, com ia ter que pagar para que lho fizessem, começou a maldizer aquele encargo todo! Pouco ia sobrar para toda aquela trabalheira! E porque raio tinha aquilo tudo que estar ali no meio de nada, esquecido? E que conversa era aquela de limpar as matas? Quem ia sujar o que quer que fosse ali no meio do nada?!

Mas agora neste cenário de pais de cinzas eis que surge uma luz: benefícios fiscais! Claro, ali no meio do nada quem lhe iria verificar se tinah ou não limpo o raio dos eucaliptos? Nem eram capazes de apanhar os médicos e adogados de salário minimo! Era tão fácil que chegava a parecer mentira... afinal a herança do tio Joaquim ainda podia ter utilidade!



2005-08-25

De que te queixas tu de manhã?

Há dias assim. Ou porque durante o sono fomos alvo de fantasmas cuja mensagem não conseguimos captar apesar de termos uma certeza profunda de que eles estiveram a conversar connosco, ou porque de vez em quando nos esquecemos das razões pelas quais não temos nada que inventar cavalos de Tróia, o coração parece que acorda apertado, pequeno, esmagado.

Hoje foi um desses dias para mim. Mas não há nada como levar logo um choque de realidade pela manhã para as sensações ganharem outra razão de ser! Eram cerca de 8:30 da manhã quando não pude descer a minha rua que já estava com carros parados estava alguém deitado na estrada. Um senhor magro, macilento com o mesmo género de roupa que o meu avô vestia. Já tinha sido chamada a ambulância, não consegui perceber se a situação já tinha acontecido há muito tempo ou não. Passando uns minutos o senhor fez menção de se levantar, como que varrido por um embaraço tremendo de se achar naquela situação e de sentir o peso de estar a incomodar e de pouco conseguir fazer sobre o assunto. O seu esforço foi tanto que o ajudaram a levantar pois estava bastante claro que as pernas não lhe iam obedecer o suficiente para que o conseguisse fazer só por si. Enquanto o ajudaram a sentar vi aquele mesmo olhar de abandono total que vi na última vez que vi o meu avô: uma vontade imensa que vem do mais racional que há dentro de nós para tentar fazer o mínimo de comandar o nosso corpo, só para constatar que o mesmo já se recusa a receber as nossas ordens!

Tantos azares que podem estar à nossa espreita e nós ainda insistimos em lutar com os moinhos de vento!

2005-08-24

O sangue humano do puma!

Humano - adj.,
próprio do homem;
relativo ao homem;bondoso;
benigno;
compassivo.

Sábado de manhã na RTP1 estava a dar um programa sobre grandes felinos. Nomeadamente o puma na Califórnia e o leopardo na Índia. A apresentação destes animais grandiosos, infelizmente, não foi sobre a melhor luz. De tal forma que não vi o programa até ao fim. Para quem conhece minimamente a vida de um predador de topo e que necessita de grandes espaços para caçar, deve pelo menos imaginar que o facto da espécie humana não contente em lhe roubar espaço, torna quase toda a terra improdutiva para o pasto dos que lhe servem de alimento, não deve tornar a vidas dos bichos nada fácil. E como já dizia a minha avó: “ a fome aguça o engenho” e colocando-me na pele deles, imagino que em desespero de causa e com crias para sustentar, carne a mexer-se deve ser classificada como alimento elegível, por muito estranho que seja! Na reportagem em questão o drama era o ataque do puma a uma pessoa: o descaramento! E como se tal não bastasse, o leopardo na Índia foi ainda mais longe e chegou mesmo a caçar uma criança! Concordo que não é bonito e que os pais da criança devem ter sofrido horrores… que não deve de todo ser uma morte simpática!... Mas daí a ouvir “este puma experimentou sangue humano tem que ser eliminado” é demais! Em todas as caçadas que fizeram as estes animais fantásticos, os desgraçados nunca fizeram o oposto e se calhar deveriam tê-lo feito… muitos exemplares da espécie humana tinham desaparecido e provavelmente a terra tinha encontrado um equilíbrio mais saudável que o inexistente de hoje em dia!

E se olharmos para os adjectivos de bondoso, benigno e compassivo, eu diria que o puma já o herdou nos seus parâmetros, sem necessitar de o provar no sangue! Já o homem que o tem dentro de si, tem muitas mais luas para andar até poder ostentar estes adjectivos como seus!


2005-07-24

Alcântara-mar ou pântano?

Não sei se conhecem a estação de Alcântara-mar, mas para quem não apanha os autocarros que passam logo ali, tem que utilizar a passagem subterrânea que dá acesso à passagem para Alcântara-terra. Todos os dias da última semana tem sido um aventura utilizar essa passagem subterrânea! Todos os dias está alagada e a sua passagem só é possível porque os senhores do único café lá existente, cheios de boa vontade, colocam umas caixas de madeira, que dão uma passagem seca, se bem que algo periclitante, aos trausentes. É claro que o tempo que se demora a passar aumenta, uma vez que temos que ir todos em fila indiana e com cuidado para não ficarmos estatelados naquela água de aspecto duvidoso!
Já para não falar que o comércio que noutras alturas utiliza o túnel como montra para malas, carteiras e brinquedos electrónicos variados, fica sem poiso! O mesmo acontece aos habituais pares de testemunhas de jeóva que ainda não desistiram de tentar apanhar mais incautos que resolvam dedicar-se à fé!
E isto tudo quando estamos a discutir o racionamento de água a nível nacional... mas podemos ter um tunel alagado uma semana inteira! Isso pelos visto já não é problema!
E no meio de tudo isto será que a CP pede desculpa? Será que coloca um cartaz a dizer que conta ter a situação resolvida definitivamente a ... É caro que não! Afinal, as pessoas não têm mais nenhuma alternativa... por isso não há motivos de preocupação! O povinho, come e cala!

2005-07-17

Até à próxima patusco!

Quase todos os dias atravesso a passadeira de Âlcantara-mar para Âlcantara-terra de manhã. Durante muito tempo habituei-me ao gato que por lá estava quase sempre... e não era só eu a julgar pela quantidade de comida para gato que ele tinha sempre à disposição. Chamava-lhe patusco, o patusco de Âlcantara! Patusco por ser malhado: preto de branco e por viver livre... conheci uma senhora que apesar dos gatos de casa, também acolhia alguns no jardim e desses alguns o chefe da tribo era malhado e tratado simplesmente por patusco!
Quando começou a altura predilecta dos pequenos felinos irem às gatas, o patusco desapareceu por uns tempos... todos os dias espreitava para os cantos habituais e nada... mas a comida lá estava e dava-me ideia de ir mudando de sítio e de ser depenicada... menos mau. Até que um dia lá apareceu... estava dengoso como só os gatos sabem ser, deitado num canto, alheio às resmas de pessoas que por ele passavam. Cheguei mesmo a fazer-lhe festas que ele muito agradeceu, com um ronrom suave apesar da sua natureza desconfiada... fiquei quase orgulhosa!:)
Agora voltou a desaparecer... há já muito tempo que não digo: bom dia, patusco! Invarialvelmente espreito sempre, não vá ele ter voltado das suas férias... mas é sempre em vão... Nunca mais vi ninguém a deixar-lhe comida e os recipientes já habituais, acabaram por desaparecer... Digo a mim mesma que talvez ele tenha ido de ferias, que talvez um destes dias o veja de volta, sinto falta daquele seu ar desprendido e de o cumprimentar em surdina, para não soar demasiado excêntrica ao resto do rebanho!

2005-02-26

Million Dollar Baby





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É impossível não ver o filme e não agradecer a Clint Eastwood pelo simples facto de o ter feito! Para quem ainda tem a imagem do “Dirty Hary” como sendo a imagem de excelência deste homem, chega a fazer confusão como é possível que esta força criadora lá tenha estado sempre!
Acredito que a passagem do tempo lhe tenha moldado melhor a visão. Mas é impossível não acreditar que este homem nasceu para ser realizador!
É um talento conseguir pegar em histórias bem simples e fazer delas um marco, um estandarte!
Desde a voz do Morgan Freeman a acompanharmos durante o percurso, até toda aquela visão simples da vida, desprovida de adjectivos, de metáforas lindas. É como querer guardar o filme no coração para sempre!
Obrigada!