2009-09-15

Entalado na garganta...


Entalado na garganta, costuma ficar o que nos custa engolir ou o que, por querermos muito, quando nos foge, nos deixa um gosto amargo na boca que ao engolir nos lembra sempre a ausência que ficou!
Para além deste gosto amargo que te ficou, que mais te deixou perdido por não ter sido?... Que desenhaste no ar? Quando o souberes responder sem reservas, sem ses... talvez não te faça tanta confusão o embaraço na garganta!

2009-09-11

Romper-me...

O dia sogou-me a alma... saí do trabalho quase como quem foge, quase como se eu mesma pudesse desaparecer no meio de tudo aquilo.
Fugi, mesmo sabendo que não te iria encontrar.
E agora que tenho o conforto do descanço todo para mim, chega a ter um sabor amargo só porque não estás aqui, só porque tu não podes descansar. O sabor é tão acre, que é como se o despir a pele de trabalho para o fim-de-semana, me deixasse em carne viva!

2009-09-10

Medo miudinho...

É estranho, como a o cheiro da proximidade das ante-estreias deixa sempre um nervoso no ar, sejam elas de representação, de vida de real, ou de alguma criação que começa a ganhar forma própria, largando o racunho de papel!
Tenho gasto os meus intervalos a magicar os próximos passos a dar. Sei bem que não posso controlar todo o argumento à minha volta e que por muito que o reveja, vou ter sempre as surpresas próprias da encenação! Mas conforta-me olhar para os rabiscos que vou deixando e ver neles os próximos alicerces de mim mesma!
Mas agora que os mesmos começam de facto a ganhar forma, chego a ter vontade de não olhar para eles... de me esquecer que lhes dei forma, que fui eu que os escavei! E agora que começo a ter que assentar os próximos pilares, que faço eu com este medo que sinto a rondar-me a pele, como que a soprar baixinho?

2009-09-07

Mais um fôlego...

Começo a olhar para as horas a escorrer pelo relógio. Marcam o tempo que me resta para não deixar pontas soltas, marcam o tempo que falta para largar a fera, marcam o o tempo que falta para podermos ser apenas nós!
E durante todo esse tempo que ora foge ora se arrasta, eu vou rugir mais um pouco, planear as caçadas que ainda estiverem por vir, tudo em piloto automático porque não sei ser a presa!
Mas mesmo sabendo ser predadora, é pelo tempo da toca que anseio, pelo desmanchar da tensão, pelo libertar de cada um dos músculos que bem sei que vão estar alerta enquanto não desmanchar a figura!, pela altura em que vou poder relaxar e saber que vais tratar das feridas de guerra que arrecadar daqui até lá!

2009-09-02

Ainda no tópico da música

Como todo o filme, também nos meus episódios mais marcantes, acabo por eleger uma música que de uma forma ou outra acaba por ser a banda sonora associada à sensação,ao ambiente do momento...
E há sempre pequenos instantes que acabam por ser decisivos, quase como rascunhos rápidos, deixados no papel, sem serem pensados e que acabam por ser o traço decisivo de todo o desenho!
Foi um pouco assim que senti aquele momento em que quando esta música tocou no supermercado e tu sorriste quando te cantei o refrão enquanto dançava à tua volta, que soube que não precisava de ter muito cuidado com as personas a mostrar!