2007-12-18

Descer ao fundo do poço

Pessoalmente, sempre que me dá a tristeza nos moldes de me encher a alma, a metáfora que me ocorre é a de descer ao fundo de um poço e descê-lo sem protecções, a ponto de estar por dentro em carne viva. Saber que se continuar a descer, as feridas só vão aumentar mas nem por isso conseguir travar a descida!

E ver um resumo escrito por outros, dá-nos sempre a dimensão que não somos, apesar de tudo, assim tão diferentes.

2007-12-17

O poder das bruxas

Sempre achei que o poder das bruxas (boas ou más) lhes era concedido pela abertura que lhes damos. Pelo quão perto as deixamos chegar, pois em última instância, é por aí que elas pegam e é isso que lhes permite deixar marcas.

A última bruxa que ouvi, leu-me uma sentença nas mãos, que ainda por cima já foi corroborada por outros aprendizes, que me tem vindo a ecoar na cabeça nos últimos tempos. Desde que a ouvi, que os meus fantasmas ficaram em posição de alerta! Quase como os pelos ficam hirtos, quando sentem a tensão a aproximar-se. E agora que estava descansada, agora que tudo me parecia tão longe de poder acontecer, tinhas que surgir, quase como um furacão, vindo do nada, para abalar tudo… e o problema maior é que eu deixei… baixei a guarda, porque confiei na força do furacão, porque achei que talvez fosse altura da profecia da bruxa se concretizar, que talvez fosse a minha hora… porque apesar de todas as minhas capas, sempre soube que sentia falta das borboletas do estômago, do nó na garganta só de pensar no assunto e no meio disto, olhar para baixo dos pés e saber que voar vai ter um preço caro! Constatar que mesmo antes de descolar, já estou no chão e a mal dizer ter deixado a profecia assombrar-me.

A frase da bruxa vai continuar, pendente no ar, sem concretização. Só espero que da próxima não a deixe propagar-se a ponto de me deitar ao chão novamente! Afinal, ela pode ser a bruxa, mas quer a mão e quer a vida são minhas! E se não tenho capacidade de ter mais brechas, não posso por o flanco a jeito!

2007-12-05

Enterrar-te


Já há algum tempo que sei que te enterrei. Já o sabia, antes da cerimónia que escolhi fazer este ano. Escolhi-a, por me lembrar da alegria com que fui tirar o passaporte na expectativa da viagem que iria inaugurar o mesmo com um carimbo colorido. A mesma que esteve sempre perdida no ar, sempre num sussurro das conversas que tínhamos noite fora, nos espólios que trazias na tua mochila, vindo de um sítio qualquer perdido no mundo. Mas nem por isso o carimbo esteve perto de tocar no meu passaporte.

E depois de ter gasto mais lágrimas do que devia, depois de ter sangrado a ponto da cicatriz nunca mais desaparecer, depois de saber há já tanto tempo que ainda que os nossos caminhos se voltem a cruzar, não há linhas que nos possam coser novamente, achei que deveria representar o teu enterro com o símbolo que de certa forma marcou o fim: o carimbo que nunca estreou o meu passaporte!

E meti-me num avião e levei uma mochila comigo e mostrei a mim mesma que mesmo sem ti, eu estava a ter o meu carimbo. Mostrei a mim mesma, que não preciso de ti para fazer uma viagem diferente. Provei que não preciso de bengala e foi aí, na primeira vez que perdi o meu olhar no horizonte, com o sol a bater no fundo, que senti, mais do que soube, que já não tinha mais lágrimas para ti!

2007-12-01

Quando o corpo chora

E chora porque há dias assim, em que até a alma me pesa. Em que a corda que me faz estar como um todo está tão esticada que de tanto a sentir, me parece externa a mim mesma! Mas ainda assim, como marioneta bem treinada que sou, tento fazer mais uma pirueta, agradar ao grego e ao tirano e é mesmo no aterrar que descubro que falhei o salto, que não vou aterrar de pé e constatar que além de não ter ninguém a segurar a queda, ainda sinto pés de outros sobre mim. E é aqui que penso se me levanto ou não e as minhas dores crescem, tornam-se maiores a mim e raiam o embalo, como se me deixasse apagar levemente. Sair de mim, deixar de sentir.
Mas ainda assim, tal como os gatos que tanto gosto, quero enrolar-me sobre mim mesma, lamber as feridas e ficar assim à espera que o corpo volte a ser meu. E nesse momento, se me arrancasses à toca, talvez as lágrimas do meu corpo deixassem de escorrer!

2007-11-06

Obrigada mano!

Estar para sair mais uma vez tarde, naquele engano que mais um pedacinho me vai permitir salvar o mundo apenas para constatar mais um vez que não. Apenas para ser interpelada como se não tivesse mais nada que fazer sem estar de prontidão, só porque sim, independentemente das horas. Ouvir exaltações dos outros cuja metodologia de gestão caminha para a “goelas oriented”, para chegar a duvidar de mim mesma.

E tudo para acabar com um mimo do mano que bem disposto me espera no carro, que me leva a casa e que me oferece um tripé para me lembrar de não me esquecer da minha fotografia! E num ápice sou eu outra vez!

2007-10-02

marcas do tempo

Tempo que passa deslizando,
como se o sulco marcado na descida da colina

já estivesse há muito marcado.

Como se fosse esse o único caminho possível.

Corre no seu próprio horário,
quase como se o dia não fosse o meu,
quase como se eu apenas estivesse a ver a torrente passar.

E na pressa de deslizar,
com todo o peso que traz consigo torna-se espesso,
escorrega como lava, queima-me com a sua presença!

Para que não me esqueça de que passou,
mas continuo à espera do tempo
que corra solto, leve e que qual rio que me acompanha,

que me refresca e que considere meu!

2007-09-25

Ser armadura

A armadura serve como segunda pele.
já perdi a noção da primeira vez que a vesti,
creio que a teci por entre memórias que já não queria,
com linhas rejeitadas de por todos à minha volta,
e com o barulho de fundo de todos os gritos que sempre abominei.

Com a prova terminada, vesti-a e ela tornou-se eu
ou eu tornei-me em parte ela.
Já não está na lista do que levo comigo,
Mas está sempre presente nos meus ossos,
Como uma segunda natureza!

Não deixa pois de me espantar que venhas
do fundo do nada e me desafies a larga-la
como se eu ainda conseguisse ser apenas eu!

2007-09-12

As gotas de chuva

Era já escuro quando entrei no carro hoje depois de um dia extenuante e quando larguei a minha boleia, o meu primeiro impulso foi o de correr para evitar a chuva, quase em automático, como aquelas lições que ficam gravadas no cérebro e que repetimos sem saber o porquê e mesmo sem gostar.
Mas foi nesse mesmo instante que o cheiro meio acre a maresia me encheu as narinas e por um lampejo vi-me a correr descalça à beira-mar! Se amanhã não fosse mais um dia de picar o boi, dava largas e este meu eu: estendia-me de braços abertos à beira-mar, para me lembrar do quanto gosto deste cheiro salgado de o cheirar e do sentir perto!, para sentir cada gota forte a escorregar pela pele como se cada uma tivesse o seu travo próprio, forte, marcante!

2007-09-11

Poder ser lânguida

Vejo por entre a cortina que deixei entreaberta na sala, os relâmpagos que brilham e se fazem notar mesmo que pelo cantinho do olho. Mais longe oiço os rugidos do trovão e quando senti o barulho de granizo nas janelas, apeteceu-me aquele ninho do qual tenho saudades, aquele abraço quente, aquele canto mesmo por cima do ombro forte que me deixa ser menina e sentir-me aconchegada e ter aquele espreguiçar de forma longa como os gatos, só para afirmar que gosto daquele canto!

Mas os trovões ainda marcam a sua presença de quando em vez, mas eu tenho que guardar a languidez só para mim…

2007-08-06

Nadar como segunda natureza

Sei nadar há mais tempo do que sei escrever e talvez por isso, muitas das minhas analogias, muitas das minhas comparações se remetem à água!
Como esta mania que tenho de teimar em nadar a todo o custo, mesmo quando me jogam baldes em cima, mesmo quando tenho uma vontade quase visceral de boiar agora de o cansaço ameaça bater a qualquer instante, quando os músculos estão doridos e parece que latejam o tempo todo! Ainda assim, ainda não tenho paz para a entrega necessária que o boiar exige… nunca se sabe quando vem a próxima onda, onde a corrente me pode levar, onde os remoinhos me podem prender!
Se continuar a dar braçadas, se mostrar ser o forte o suficiente, talvez o mar fique calmo, talvez me deixe boiar tranquila, talvez consiga chegar a algum lado!

2007-06-30

Oferecer-te a lua

Ao chegar a casa, o mar era prata, brilhava de tal forma, quando tocado pela imensidão da lua que parecia chamar por mim em plenos pulmões. E durante uns segundos, achei que dançávamos naquele foco, roçando ao de leve pela água e tive pena de não te poder oferecer esse instante!

2007-06-21

I had a farm in Africa…

Estive os últimos 20 dias em Africa. Fui com uma arca completa de emoções que queria confirmar, ou pelo menos perceber. Tinha uma ideia que alguns dos comentários seriam por certo exagerados, mas enquanto percorria os 900km que me iam levar ao Botswana, com todos os fantasmas a martelarem-me a alma, o meu olhar perdeu-se na linha do horizonte, na areia do kalahari que ainda assim alberga árvores Mopane em todo o lado, cujas folhas em forma de borboleta, se abrem para o sol durante o dia para melhor o receberem e ver todo o gradiente desde o verde escuro ao tijolo terra, e a minha alma nessa altura começou a perceber África, acho. Aos poucos, os fantasmas calaram-se pelo simples facto de que não os deixei falar ou talvez apenas tenha deixado de os ouvir!

Foi aí que a voz da Meryl Streep começou a ecoar na minha cabeça com o “I had a farm in África…” quase como um murmúrio ao principio, uma cantilena que de um momento para o outro passou a simbolizar todo um elo de paixão com África em si, com a linha do horizonte, com os púrpuras do pôr-do-sol, com uma terra que ainda assim e apesar de tudo insiste em mostrar o seu esplendor!
Mas foi quando vi o meu primeiro embondeiro, repleto de abutres, quando o pôr-do-sol chegou que soube que tinha feito a escolha certa ao insistir na viagem! Foi nesse momento que soube que parte de mim iria mudar para sempre, embora ainda não conseguisse ver todas as ramificações escondidas sobre essa pequena convicção! E foi ao mesmo tempo doce e assustador sentir aquele ponto de viragem, sentir o instante exacto em que constato que vou mudar e ter escolhido dizê-lo em voz alta, quando eras o único a ouvir.

E sentir que trago todas as cores do pôr-do-sol comigo e quero acreditar que me parte é por isso que brilho, apesar de não ter conseguido enterrar todos os fantasmas a que me propus nesta viagem e apesar de ter recolhido mais alguns para a colecção!

2007-05-04

Ânimo sem ser por encomenda

Obedecendo à economia de dias de férias que todo o tuga gosta de ter, tirei uns dias de férias juntinho aos feriados. E após um breve regresso numa semana de apenas 3 dias, das melhores coisas que o dia de hoje teve foi mesmo o facto de ser sexta-feira!

É impressionante a rapidez com que nos desabituamos de tudo aquilo que nos aborrece! Aliás, tanto é assim que mais parece que ganhamos urticária a todos aqueles pequenos/grandes pregos que insistem em martelar-nos na cabeça todo o santo dia!

E quando o regresso a casa está coroado entre uma vontade férrea de bater o pé e levantar a crista, como reacção instintiva de sempre, e encolher-me na defesa para ter forças para lutar para a semana, há pequenas surpresas que nos esperam em esquinas escondidas que acabam por ter o sabor de guloseimas! Como o vizinho que ao sair do carro na garagem me elogia por conseguir estacionar na garagem!
E depois há o fabuloso “Daily Show” onde para além de agradecer o Jon Stewart, constato que tenho que agradecer ao povo americano por apresentar espécimes que fazem com que todos os imbecis responsáveis pelos martelos que pregam de forma a deixarem-me cada dia com menos pachorra, pareçam quase pertencer ao conjunto de homo sapiens!

2007-04-09

A prima do espartilho

Aqui há uns tempos fui a uma consulta de medicina tropical como parte da lista de preparativos que tenho que fazer para o meu objectivo de eleição para 2007: “a minha viagem à macho”!

Para além das vacinas, que já estão despachadas, ainda que o braço que hoje foi alvo das duas últimas por levar, esteja um tanto ou quanto queixoso, o resto são uma série de recomendações entre as quais está uma bela cinta de apoio lombar. É claro que eu tinha uma ideia mais ou menos clara do que a dita cinta seria, mas devido ao meu trauma de aparelhos de costas, tenho evitado pensar no assunto, numa aproximação com um “travo a avestruz” até hoje. Hoje resolvi tirar um dos meus inúmeros dias de férias para tratar destas coisas, sem o tiquetaque do relógio a marcar todos os meus passos, e quando me vi envolvida na cinta, com o homem da ortopedia a apertar as fitas todas, foi como estar a ver de dentro aquelas cenas dos filmes antigos, onde uma escrava apertava os atilhos do espartilho até cortar a respiração à donzela! Uma vez que o homem confirmou que estava de facto perante uma prima relativamente distante do espartilho, sou levada a concluir que na altura dos espartilhos, podia-se respirar mal, mas problemas de costas, não deviam existir!

Quando inventarem algo que para nos fazer bem, não nos faça mal ao resto, avisem!

A prima do espartilho

Aqui há uns tempos fui a uma consulta de medicina tropical como parte da lista de preparativos que tenho que fazer para o meu objectivo de eleição para 2007: “a minha viagem à macho”!

Para além das vacinas, que já estão despachadas, ainda que o braço que hoje foi alvo das duas últimas por levar, esteja um tanto ou quanto queixoso, o resto são uma série de recomendações entre as quais está uma bela cinta de apoio lombar. É claro que eu tinha uma ideia mais ou menos clara do que a dita cinta seria, mas devido ao meu trauma de aparelhos de costas, tenho evitado pensar no assunto, numa aproximação com um “travo a avestruz” até hoje. Hoje resolvi tirar um dos meus inúmeros dias de férias para tratar destas coisas, sem o tiquetaque do relógio a marcar todos os meus passos, e quando me vi envolvida na cinta, com o homem da ortopedia a apertar as fitas todas, foi como estar a ver de dentro aquelas cenas dos filmes antigos, onde uma escrava apertava os atilhos do espartilho até cortar a respiração à donzela! Uma vez que o homem confirmou que estava de facto perante uma prima relativamente distante do espartilho, sou levada a concluir que na altura dos espartilhos, podia-se respirar mal, mas problemas de costas, não deviam existir!

Quando inventarem algo que para nos fazer bem, não nos faça mal ao resto, avisem!

2007-04-06

Correr de mim para mim

Sofro de um mal que tipicamente me impede de fazer seja o que for às 3 pancadas. Para ajudar à festa tenho que fazer exercício físico com alguma regularidade, sendo 2 vezes por semana o mínimo dos mínimos, caso contrário as minhas costas preparam um golpe de estado para me avivar a memória desta necessidade! Como por enquanto não tenho perdas de memória, eu própria, me vou levando ao ginásio, mesmo a contra-gosto!

Tudo isto por si só não é problemático, não fosse o “nine to five” ser tipicamente “nine to whatever”, regado a gente vampira que de tão taralhoca me suga a pouca paciência que ainda vou tendo, já para não falar da ginástica que o meu cérebro tem que fazer para se continuar a fazer ouvir por mim no meio de tanto disparate junto! Nestes dias, só me safo quando ainda consigo ter tempo de qualidade para mim, para recuperar um pouco, facto que fica um tanto ou quanto dificultado, quando as horas se arrastam e acaba por não haver força anímica para mais!

Depois há os dias em que se aposta na vida social! Porque todos temos que a ter, porque aqueles cabrões não me hão-de sugar o tutano, e porque eu gosto apesar da factura do dia seguinte às vezes ser cara! Os dias em que resolvi sair a horas normais, passar pelo ginásio, olhar em pânico para as pernas, ir a correr para casa, depilar-me enquanto trato das últimas combinações ao telefone e quando termino olhar para o relógio e ver que ainda tenho que trocar de roupa, para deixar para trás a pele da correria e vestir a pele que diz, “já estou com as pernas bonitas, quando quero também sei ser gaja/gaja”! Retirar este último fôlego não sei muito bem de onde, dar uma olhadela ao espelho para me certificar que ainda assim valeu a pena e verificar que o sorriso não me trai nesta minha pele de fim de dia!

2007-03-23

Aprendiz de cobra

Conta-se que de um ovo nasceu
mas nem disso se apercebeu,
apenas estranhou
quando pelo chão rastejou.

E enquanto o tempo marcava o passo
mexia-se pelas semi-curvas do compasso,
sempre rasteiro ao chão
pelas batidas frias do coração.


A aprender a caçar começou
e a primeira presa apanhou
que no seu veneno depressa morreu
mas também isso não compreendeu.


Na primeira investida que falhou,
todo o seu corpo se pasmou
e no instante em que a língua mordeu
ainda abriu a boca quando pereceu!

2007-03-18

Saber filtrar a luz

O relógio marcava 14:30 de um dia desta semana, em que já cheira a primavera, descia pela avenida da liberdade, a uma hora em que já devia estar a trabalhar. Ver o céu azul de Lisboa, olhar para algumas fachadas de edifícios, deu-me vontade de ter a minha máquina fotográfica à mão e só o facto de pensar em fotografia, o que me lembrou de ti. O passear pelos canteiros, deu-me uma vontade irresistível de correr por eles, como se fosse criança, pelo simples facto de estar um dia bonito e não ter que estar fechada, no escritório e mais uma vez pensei na nossa conversa de precisarmos de quebrar com as coisas, de descansarmos do resto, fazendo algo diferente! E em parte, esse pedaço de lembrança, rasgou mais o meu sorriso!

Ao passar pelo Tivoli, o porteiro na sua fatiota janota, falou-me com um sorriso, penso que só pelo facto de ter passado por ele assim tão leve, enquanto motoristas esperavam à porta perto dos Mercedes, em fato escuro. Lá dentro, pelas janelas grandes vi senhores a terminar o almoço tranquilamente, alguns pegando no charuto ou cigarrilha com o ar de habitués, que me leva a pensar que para eles estar perto das três da tarde a falar tranquilamente ao fim de um almoço nada tem de extraordinário, ao contrário do que se passa comigo.

Mas são dias assim de luz, em que damos importância a estas pequenas coisas, que nos devem servir de barómetro para todas vezes em que são também coisas insignificantes que não nos deixam filtrar a luz, colocando-nos no escuro!

2007-03-11

Areia

Há dias em que acordo e como que vejo o meu dia a ser regido pela areia de percorre uma ampulheta… deixo-me hipnotizar por aquele correr suave, contínuo e tudo o resto deixa de existir, a própria areia toma conta do meu dia, marca a minha existência, até não ver mais nada. Transforma-se em terra, negra, escura, que me envolve como uma semente, perco o contacto comigo, chego a esquecer-me de mim como pessoa… deixo de ser, tudo pára, excepto, todo o tiquetaque associado ao marchar da ampulheta, aos grãos de terra que estão aqui ao meu lado, que me cobrem, que tudo tornam em noite. E de cada vez, é como se este mergulho fosse o primeiro, como se fosse a minha primeira viagem como semente!

Até ao momento em que após receber umas gotas de água reencontro o sol no céu azul, relembro o mar a brilhar à minha frente, e há uma altura em que me lembro que já aqui estive, que já saí da terra, que já havia entrado nela e sobretudo que o ar sempre foi assim tão intenso, tão meu e que nessa altura, como em todas as outras, a areia que ainda marca o tempo, está agora lá ao longe, apenas me lembra que amanhã é mais um dia para deixar o sol brilhar!

2007-03-06

O contra relógio dos nossos pequenos dramas

Como bons representantes da espécie humana, temos muitas vezes a tendência de fazer verdadeiras tempestades em copos de água, quando afinal o que queríamos beber mesmo era um copo de vinho! Mas há alturas em que de facto, parece que o universo começa a tecer uma trama à nossa volta, de tal forma retorcida, que nos parece vislumbrar um rasgado sorriso trocista enquanto todas as peças se conjugam para nos fazer dar mais uns pinotes a despropósito de coisa nenhuma!

De há uns dias a esta parte, da minha televisão resolveu começar a sofrer de uma "constipação" aguda. Só depois de algum aquecimento, conseguido por várias tentativas de ver televisão, quando a mesma resolve que não, e pelo aquecimento da sala ligado, mais por superstição que outra coisa, lá fica o raio do aparelho a funcionar todo contente, como se nada se passasse. E em todos aqueles intervalos em que temo que seja o raio da televisão dê afinal o raio do badagaio, lá vejo um orçamento a ser formulado na minha cabeça, com o deslocamento da marca a minha casa a engordá-lo, porque é impensável tentar mexer na minha televisão! Ora quando estamos a fazer contas para conseguir cumprir um dos nossos objectivos para 2007, que só se cumpre se o pagarmos, a última coisa que nos dá vontade é vermos a lista de menos na conta a aumentar para algo tão imbecil como uma televisão cansada!

E o meu lado “drama queen” vê logo tudo em fumo, como se a todo o momento pudesse perder o meu objectivo, como mais um dos pregos que me foi inculcado pela bela da culpa católica: o não direito a fazer algo por mim, sem ter de pagar uma factura gorda mais à frente!

2007-02-27

Outros lados da chegada da Primavera

Ontem ao ir para casa, ouvia uma mulher a agradecer o tempo que estava pois já não tinha que andar de sobretudo atrás, quando passo eu “maria friorenta” de boina e sobretudo ao lado! Mas de facto é verdade… vamos caminhado para Março, começa a haver uma espécie de cheiro que enuncia a aproximação da Primavera.

E hoje, de madrugada, enquanto me vestia a correr para assegurar que conseguia chegar cedo ao trabalho, ligo a televisão para ouvir que a Inglaterra vai aumentar o contingente no Iraque, coisa que até já sabia, pois já tinha lido que o príncipe Harry ia para lá. Agora, a justificação dada na câmara dos comuns, segundo a RTP, não deixa de ser “engraçada”: é expectável que com a chegada da Primavera, o número de atentados aumente! Pois… imagino que sim, sendo a Primavera a estação por excelência do renovar de intenções, por assim dizer…

2007-02-22

Talvez nem sempre os gatos caiam de pé

Biologicamente falando, caso a queda não dê tempo ao gato de se virar, o desgraçado dificilmente vai cometer a proeza tão admirada de cair de pé. Se por acaso tem ainda o azar de estar com a bexiga cheia e a queda for jeitosa, pode mesmo dar-se mal. Mas o que é verdade é que a maioria dos amantes de felinos, não podem ficar indiferentes a esta técnica extraordinária e que em muito contribui para aquela ideia de animal nobre, que não verga, faz parte do próprio conceito de felino, acho.

Penso que parte do meu fascínio por gatos vem da vontade que tenho de não me deixar ir abaixo, mesmo quando me sinto encurralada num canto, de ter a confiança de mais queda menos queda, saio sempre de pé, nem que faça das tripas coração, mas hei-de sair de nariz empinado e por mim mesma! Mas como qualquer gato, também há vezes em que me apetece pedir colo e deixar-me ir no embalo das festas, mas a verdade é que ninguém espera isso de um gato que cai sempre de pé!

2007-02-20

E não é que a solução realmente, nada tinha de mágica?

E ontem lá fui eu de portátil na mochila. Acordei de madrugada para o efeito, para ir de carro e evitar andar com a mochila comboio a fora. O objectivo era perceber o que se passa com a bodega wireless do portátil, fechar umas quantas cenas no trabalho e sair cedo para completar a minha vestimenta de gata preta e branca para a noite.

E mal cheguei, não fosse o helpdesk estar a meio gás como tudo o resto, tratei de inserir o registo que pedia para verificarem o raio da placa wireless, que nem as ligações dos pontos ditos oficiais, apanha!

E lá vem o moço, cheio de boa vontade, espera que eu ligue o portátil, constata que nenhuma ligação surge visível, pede para levar o portátil para o hall de entrada, onde há rede de certeza e lá volta ele todo contente de portátil nos braços, mostrando as duas redes que sem esforço detectou, apenas adiantando, se eu já tinha reparado numa patilha miniatura preta, em fundo preto, na frente do portátil, com o w estilizado que ao que parece quer dizer bluetooth/wireless e que tinha que estar em on para funcionar! Não afirma que a mesma não estava ligada, apenas comenta à laia de “já tinhas reparado, ao menos?”, juntando ainda o comentário, indicando que quando a dita patilha está off, o símbolo de bluetooth fica a vermelho, em vez do habitual branco…
Epa! Quando a malta liga o portátil de castigo, porque é fora de horas ou fim-de-semana, e há mais um mail para responder, mais uma crise para resolver, mais um prazo idiota para cumprir, mesmo sendo gaja, as cores de um símbolo minúsculo algures no canto direito, não é de todo a prioridade visual em mente!

Mas pelos vistos, a patilha tudo resolve, ou estes posts, não teriam surgido tão perto um do outro!

Aventuras pelo mundo das ligações

Apesar de trabalhar com estas máquinas que supostamente vieram facilitar-nos a vida, nunca me considerei croma. Nunca tive um dito spectrum, não passei a adolescência maluca com o basic nem nada dessas coisas que tipicamente se imaginam no tipo “informático”. Por essas razões, sempre que quero fazer algo mais complicado, recorro ao meu amigo google até descobrir os passinhos já feitos por alguém com sucesso. Mas de quando em vez, lá me aventuro a tentar fazer algumas configurações que teoricamente deveriam ser “trigo limpo, farinha amparo”! Mesmo não correspondendo à figura geek, não apenas para os outros, mas também (ou sobretudo) para mim mesma!

Tenho um portátil que tem placa wireless, de acordo com o que ele mesmo diz. Aliás, tem sido sempre um chato porque passa a vida a avisar-me que não tenho nenhuma wireless connection available. Também não é de estranhar, porque não tenho por hábito andar com o “bicho” atrás de wireless point, em wireless point. Aliás, considero mesmo que deveriam mudar o nome para transportável, porque, por muito leve que o desgraçado seja, as minhas costas, mesmo com mochila, teimam em não o definir como portátil! Mas como tudo é composto por mudança, o portátil até é da empresa, quando tenho TPC para fazer, gosto de ir vendo um filme pelo canto do olho e tal e eis que achei que era uma boa ideia pensar num router wireless em casa para poder aceder à net à vontade (não necessariamente no wc, como dizem alguns amigos meus mais “velhos do Restelo”), ligar-me à empresa, se for preciso, etc…

E lá comprei o tal do router, montei aquela bodega, quase toda à excepção do wireless, que afinal continua a não estar available, nem à lei da bala! Nem no ponto wi-fi do ginásio, nem porra nenhuma! Portanto, ou esta bodega tem algo desligado porque sim, ou nunca funcionou para além da mensagem maravilha: “no wireless conections available”! E já estou mesmo a ver o filme: lá há-de ir para a um cromo qualquer do helpdesk que há-de mexer numa merdice que não lembra ao diabo e que depois me vai entregar o portátil com aquele sorriso parvo de como quem diz: “pensa a gaja que percebe do assunto!” E lá vou eu ter mais uma pequena fúria para juntar a todas as que já fui tendo de todas as vezes que já tentei por esta merda a funcionar!

2007-02-16

Mascarada de mim

E não é que parece que quase consegui? Acordei de manhã, sou de facto eu que estou no espelho, com o ar de sono da praxe de ter-me arrancado da cama de madrugada, como se por mais umas horas já conseguisse ser bombeira e salvar todo o mundo…, mas ao mesmo tempo estou ausente.

Devo mesmo ter deixado parte de mim, amarfanha num cantinho e hoje estou apenas de serviço!

2007-02-15

Amarfanhar a pele

Há dias em que chego a casa quase farta de mim... Aparentemente o dia correu bem, ou pelo menos não correu mal, até a visita ao ginásio foi feita, lugar pero de casa ... e depois o chegar a casa, notae que o telemóvel está afogado em mensagens que de repente não quero ver... tarefas que brotam à minha frente e uma vontade imensa de não as fazer!

Queria tirar a pele, como tiro a roupa gasta de mais um dia, amarfanhar tudo num canto do quarto e ficar na outra ponta, a mirar de longe, abraçada comigo mesma, como se assim me pudesse largar e escolher um outro eu para vestir amanhã de manhã!

2007-02-01

Quando Deus fecha uma porta...

...abre uma janela.


Todos nós ouvimos esta frase vezes sem conta. Pessoalmente, não me lembro da primeira vez, da primeira situação em que m terão dito, mas tenho a certeza que qualquer que tenha sido o meu entendimento da mesma na altura, deveria estar a anos luz do que tenho hoje! Acho mesmo que este dizer tem o seu quê de taoista, uma linha muito de se deixar ir e continuar a ser, sabendo que vamos chegar a algum lado simplesmente porque sim.. é claro que para uma alminha nervosinha como eu, isto é quase missão impossível, mas o facto de já me conseguir lembrar disto de tempos a tempos é uma boa evolução!


Ontem acordei com o impacto de um dos meus felinos a aterrar em cima da minha cara, utilizando o meu nariz como ponto de apoio! Resultado: uma dor do catano, corrida para casa de banho par perceber melhor o estado da arte e estrelas a acompanharem todo o processo de algodão, água oxigenada, betadine!Tenho ideia de ter dito um belo chorrilho de asneiras, de ter empurrado os gatos para longe de engolir o choro na capa de super mulher e ter voltado a dormir para acordar menina e não me achar em condições para vestir a pele de Cruella para enfrentar os cromos dos costume. Refugiei-me no ataque e fiquei em casa...


E não é que depois do almoço, depois da visita ao médico, o sol estava tão simpático a brilhar sobre o mar enquanto eu lia um livro? E o tempo até que andou ao seu ritmo próprio, não correndo à minha volta... Até descobri a prende perfeita que jamais me lembraria de procurar, pelo simples facto de estar a meio da tarde ali, comigo mesma.

E foi então que me apercebi que ainda tinha que agradecer ao gatos o belo arranhão no nariz! :)

2007-01-23

Alguns pequenos nadas

é impressionante, como certos pequenos ses nos fazem ir do 8 ao 80 em menos de um fósforo! E algumas das pérolas que mais gosto de guardar são as inesperadas e que me dou a mim mesma e que or serem tão simples, me espanto por não mas oferecer mais vezes...

Ontem dei por mim a seguir caminho a ouvir algumas das minhas musicas de uplifting... daquelas que se cantam bem, das que me imagino de cartola na cabeça, muito Liza Minnelli e cantarolando para mim mesma, alheia a tudo o resto, passeio pela rua com um gingar muito meu, e reparo que a maioria das pessoas estranha o facto de alguém regressar alegre do trabalho a uma segunda-feira, como se fizesse parte de algumas normas por escrever que ser português que se tem que andar cabisbaixo e zangado!


2007-01-18

dias de cansaço

Hoje acordei a pensar em chegar cedo ao trabalho, dar uma de D. Quixote e resolver mais uma vez ”os problemas do mundo”! E depois de tratar dos moinhos durante a manhã, foi como se a armadura virasse chumbo... e depois do almoço sem aviso prévio saber que tenho que pegar na lança outra vez, sem ter vontade e ao mesmo tempo ter a noção de que não há outra forma de o fazer!

Ver o tempo a passar e já cansada, retirar-me com mais lutas para amanhã!

Chegar a casa cansada, apetecer-me vestir a pele de menina e já não conseguir. Descobrir pequenas coisas de casa para fazer e sentir que há sempre mais um esforço para ter antes do descanso da guerreira e saber que amanhã tenho novamente que pegar nas armas e não querer fazê-lo.

2007-01-15

A pantera

Há uns tempos andei numa de ler Isabel Allende. A última coisa que li foram “As Memórias da Águia e do Jaguar” e logo no primeiro livro, quando o Alex descobre que o seu animal totémico é o Jaguar, a descrição da descoberta levou-me a uma das minhas primeiras visitas ao jardim zoológico...

Desde que me lembro, que os grandes felinos sempre exerceram um fascínio enorme sobre mim. Dou por mim a ter muitas reacções, principalmente quando já estou cansada e com pouca paciência, que têm muito com comum com o rosnar! Felizmente para o resto do mundo, ainda não consegui ter garras de forma a de uma patada só deixar bem visível o quanto não estou a gostar da brincadeira!

Nessa minha visita ao zoo, lembro-me de ter ficado como que hipnotizada a olhar para a pantera negra que lá estava. Eu não a conseguia largar com o olhar, até a trazer até mim, quando todos os tons de ébano brilhavam coma luz que vinha de frente, quando já quase lhe contava os bigodes até só ter aquele verde água felino para me perder. E por breves minutos, foi como se não houvesse nem espaço nem tempo! E essa sensação, faz parte daqueles tesouros que guardamos, enriquecidos pela imaginação, à medida que os queremos voltar a ver na nossa mente!

Não sei se posso considerar a pantera como o meu animal totémico..., mas que gostava, gostava!

2007-01-08

Segundo a definição do nosso dicionário, caridade é:

s. f.,
amor ao próximo;
benevolência;
bondade;
compaixão;
esmola;
beneficência;
ant.,
banquete ou bodo aos pobres;
uma das virtudes teologais;
vossa Caridade: tratamento que os Prelados davam aos seus diocesanos;
fazer as -s a (alguém): ajustar contas (com alguém).

Se a isto juntarmos o conceito que o senso comum que por certo invade a maioria das pessoas, espero, imaginar um horário tipo 9 to 5 para a caridade é capaz de ser um conceito estranho, mas há quem o faça sem grande esforço.

Hoje por exemplo, planeei o meu dia em função de aproveitar para dar uma série de roupa. À conta disso fui de carro para Lisboa com uma boa parte da bagageira cheia. É verdade que para não variar não saí exactamente à hora que tinha planeado, há sempre aquelas coisas que dão pelo nome de reuniões e que se resolvem alongar, por muito que coloquemos os patins nos pontos a fechar! Afinal, é em parte por trabalhar que não tenho grande problema em ir renovando o guarda-roupa... digo eu! Que isto de ser gaja, só por si, não dá conta do recado!

Depois de me ter safado bem ao trânsito, lá faço o meu desvio, toda contente por ter conseguido encher uns 3 sacos, lá vou eu carregada, quase a tropeçar num dos sacos para passar por um aglomerado de pessoas de me observam a passar sem serem capazes de ajudar, apontar o caminho, etc... Quando vejo um homem a sair do centro, pergunto logo onde posso deixar os sacos e eis que a criatura olha calmamente para o relógio e responde:

  • Só até às cinco e meia.

  • Como, digo eu? - provavelmente já de sobrolho franziod.

  • Só posso receber roupa até às cinco e meia. Agora já não posso.

  • Assim , vai ficar difícil – resolvi responder ao invés de algo mais venenoso, na linha de pedir desculpa por ter resolvido ser caridosa fora da hora do expediente!

  • Tem sempre o lar da ba vontade ali à frente na rua, do lado esquerdo, como quem segue para a igreja.



É claro que não encontrei logo o raio da rua já ali à frente, por ser escura, estreita e fora do caminho e espanto, dos espantos: não há luzes de néon a assinalarem: “Recebemos roupa”!

Depois de mais umas voltas, lá conseguir dar com sítio finalmente e deixar lá os 3 sacos, seguindo as indicações de um senhor que a julgar pela fala e pela cadeira de rodas, deve ter sido vitima de uma trombose ou algo do género.

Quando até um simples acto como o dar roupa para distribuição, passa a ser complicado e cheio de entraves, porque nos espanta tudo o resto? Como esperamos uma evolução do país, por artes mágicas, quando os pequenos actos cívicos estão sempre em cantos retorcidos e de preferência debaixo do tapete?

2007-01-03

Despir a capa e a espada

Hoje, gastei os cartuxos e ainda assim não consegui salvar mundo de hoje. Ficaram pontas soltas suficientes , para ter que ser novamente super-mulher amanhã!
Já em casa, deixei cair a espada, tirei a capa, arranquei a mascarilha, como se tivessem o peso do meu cansaço e com vontade de voltar a mim.


Hoje gostava de adormecer entre o teu ombro e pescoço só para sentir que tinha ali um embalo forte e que a capa podia ficar no chão esquecida, como se a noite pudesse ter a duração de sempre, sonhar que agora era apenas eu!

2007-01-02

Resoluções ou talvez não...

Antes demais: bom ano!


Já desde antes do natal que tenho um “to do” na minha lista. Com a correria de deixar tudo pronto antes do natal, ficou a marinar até agora, pacatamente na lista, até porque não tinha como a resolver para a tirar de lá. Afinal meio mundo pára, na altura das festas e não há grande volta a dar ao assunto!

Hoje cumpri o horário à risca. Decidi que ia começar as minhas resoluções de ano novo e aquela lista ia ter que ser remodelada. Os nervos começaram a fazer cócegas à medida que a areia ia passando na ampulheta e uns minutos antes pensei: é só dia 2... duvido que já lá estejam no dia 2... até Lisboa esteve semi-deserta hoje... Mas fui, para não me dar desculpas ou espaço de preguiça. E é claro que a única parte positiva foi mesmo o reconhecimento de terreno.

Quinta-feira a saga continua, com a nuance que vou ter mais um dia para ser intransigente comigo mesma! :)