2008-07-27

Ver-te dormir...

Já há tanto tempo que não sentia tantas borboletas na barriga, que estranhei a presença delas. Convenci-me de que as devia estar a criar apenas por capricho de as voltar a sentir, mas a persistência com que teimavam em fazer-se sentir, a cada paragem de descanso que lhes dava, dizia-me que ao contrário do que me repetia a cabeça, que aquela sensação familiar de electricidade em pó prestes a acumular-se à minha volta, estava de volta! Achei-me num misto de ânsia boa e má, entre o medo de poder provocar uma tempestade eléctrica quando te visse ou guardar toda a carga só para mim, por te encontrar como um isolante! E nunca pensei que a passagem de corrente conseguisse ser ao mesmo tempo forte, constante e perfeitamente controlada!
E como oferta final, vejo-te a dormir com um abandono tal, que a única coisa que desejo é ter a capacidade de te manter assim, de não criar nenhum traço que estrague essa expressão suave do rosto, essa capacidade física de entregares com toda essa candura!

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