2008-10-30

Não me rasgar

Se pudesse largar-me, hoje a minha pele ficaria enrugada, gasta, pronta para o cesto da roupa suja. Pudesse eu livrar-me dela dessa forma, e tê-lo-ia feito, sem hesitar! Como se rasgar-me, implicasse ser outra ou talvez poder ser eu mesma... sobretudo estar eu também longe daqui! Essencialmente, para poder respirar um outro ar e saber nesse instante que eu ainda aqui estou! Que apesar do carrossel, que apesar da minha pele me pesar, que apesar desta ânsia de me largar para poder ser, eu continuo aqui!
E constatar que é das tuas palavras singelas que me chega a calma para me colocar em mim novamente, apesar da pele amarrotada, apesar do peso, apesar da ausência, é a um mesmo tempo reconfortante e assustador!

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