2007-12-17

O poder das bruxas

Sempre achei que o poder das bruxas (boas ou más) lhes era concedido pela abertura que lhes damos. Pelo quão perto as deixamos chegar, pois em última instância, é por aí que elas pegam e é isso que lhes permite deixar marcas.

A última bruxa que ouvi, leu-me uma sentença nas mãos, que ainda por cima já foi corroborada por outros aprendizes, que me tem vindo a ecoar na cabeça nos últimos tempos. Desde que a ouvi, que os meus fantasmas ficaram em posição de alerta! Quase como os pelos ficam hirtos, quando sentem a tensão a aproximar-se. E agora que estava descansada, agora que tudo me parecia tão longe de poder acontecer, tinhas que surgir, quase como um furacão, vindo do nada, para abalar tudo… e o problema maior é que eu deixei… baixei a guarda, porque confiei na força do furacão, porque achei que talvez fosse altura da profecia da bruxa se concretizar, que talvez fosse a minha hora… porque apesar de todas as minhas capas, sempre soube que sentia falta das borboletas do estômago, do nó na garganta só de pensar no assunto e no meio disto, olhar para baixo dos pés e saber que voar vai ter um preço caro! Constatar que mesmo antes de descolar, já estou no chão e a mal dizer ter deixado a profecia assombrar-me.

A frase da bruxa vai continuar, pendente no ar, sem concretização. Só espero que da próxima não a deixe propagar-se a ponto de me deitar ao chão novamente! Afinal, ela pode ser a bruxa, mas quer a mão e quer a vida são minhas! E se não tenho capacidade de ter mais brechas, não posso por o flanco a jeito!