2007-12-01

Quando o corpo chora

E chora porque há dias assim, em que até a alma me pesa. Em que a corda que me faz estar como um todo está tão esticada que de tanto a sentir, me parece externa a mim mesma! Mas ainda assim, como marioneta bem treinada que sou, tento fazer mais uma pirueta, agradar ao grego e ao tirano e é mesmo no aterrar que descubro que falhei o salto, que não vou aterrar de pé e constatar que além de não ter ninguém a segurar a queda, ainda sinto pés de outros sobre mim. E é aqui que penso se me levanto ou não e as minhas dores crescem, tornam-se maiores a mim e raiam o embalo, como se me deixasse apagar levemente. Sair de mim, deixar de sentir.
Mas ainda assim, tal como os gatos que tanto gosto, quero enrolar-me sobre mim mesma, lamber as feridas e ficar assim à espera que o corpo volte a ser meu. E nesse momento, se me arrancasses à toca, talvez as lágrimas do meu corpo deixassem de escorrer!

1 comentário:

FATifer disse...

… Ao ler este post lembrei-me de algo que escrevi há muito… tomo a liberdade de aqui deixar em troca da lembrança:

“O que fazer quando se está tão triste que nem chorar se consegue? Este é um sentimento que não se deseja a ninguém, mas que às vezes sentimos... pensar que só experimentando o mau se pode apreciar o bom, pode ser verdade mas não ajuda... o que fazer? Esperar que passe! “

Gostei de passar por aqui …

obrigado,
FATifer