2003-09-12

Aqui não está ninguém, o cérebro foi de férias

Há dias assim, o despertador começa a funcionar só porque lhe apetece. Podia ser um despertador sensível, perceber que não estou em condições de acordar, que é cedo demais, que hoje é mesmo cedo demais! Mas não. Toca sempre à mesma hora imbecil! Ao ouvirem o despertador os meus felinos domésticos começam a reivindicar atenção, miam baixinho, enroscam-se mais perto... «Sim, sim... Vou só dormir mais um bocadinho, só mais um bocadinho, ok?». Mas por mais bocadinhos que sejam, o sono fatiado pouco valor tem! Ok, desisto! Eu levanto-me!

Hoje... hoje tinha coisas para fazer de manhã, o que era? Não me lembro. Hum... vou começar a despachar-me.
Estou na cozinha porquê? Porque raios, vim eu à cozinha? Hello? Socorro! Não está cá ninguém, o cérebro pelos vistos foi de férias! Ah! Já sei: para fazer o lanche para levar! Ufa!

O que é que eu queria arrumar, o que era? O que vinha eu buscar? Chiça! O cérebro foi mesmo de férias! Não adianta, quando me lembrar já é tarde. Tenho que ir andando!

Será boa ideia ir de carro? Será que o cérebro vai ligar o modo de condução, ou esse também está de férias? Que disparate o meu, até parece que não conduzo em Lisboa! Temos sempre o privilégio de encontrar outras almas tão ou mais perdidas que nós! E acabamos por perder a sensação de sermos nós os estranhos! Se calhar todos os cérebros de Lisboa foram de férias!

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