2006-05-21

Um assalto de ti

Como uma vez disse à única psicóloga que tive (uma “relação” que não durou muito tempo), há homens que estão muito bem arrumados em prateleiras, com uma classificação adequada ao papel que têm para mim, na minha vida. Por exemplo, um professor é alguém com quem espero aprender, não está nem sequer a meio caminho de se tornar em alguém que me pode assaltar os sonhos de maneiras “menos próprias”. Quando o tentam fazer, regra geral, deixo de ser tão eu na esperança da coisa se arrumar sozinha e que tudo volte às prateleiras devidas! Ou como me disseram uma vez, lá vou eu do 8 ao 80 em menos de um fósforo!

Não posso dizer que sejas professor, mas sempre foste meio pai, meio mentor, meio guardião. Já reparei que estás mais perto que isso, e não posso dizer que saiba em que prateleira e talvez seja em parte isso que me incomoda. Isso e o facto de alguém me ter dito que talvez tu já soubesses a que prateleira quisesses pertencer e que nem os laços do supostamente correcto te prendessem! Teria que desejar que esse laços fossem de facto muito fortes para te manterem “arrumado”.

Depois disto, parte de mim passou a querer ler todos os teus gestos e palavras de um modo quase analítico, enquanto estranhamente, ou talvez não, uma outra parte de mim, quase se regozija com tudo isto! Como se de um momento para o outro a desarrumação das prateleiras fosse quase doce apesar do aspecto destoante que tem! E às vezes, não sei se sou eu que te chamo a dormir ou se és tu que vens assaltar o meu estado dormente! É nessas alturas em que me deixo ficar em território neutro sem querer saber quem chamou quem e apenas desfrutar do facto que estiveste comigo!

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