2005-09-18

Um tuga a admirar o fogo de artifício

Este mês, em Belém, Lisboa recebe todos os sábados um festival de fogo de artifício. É sempre bonito. A torre de Belém no rio com a luz a cair sobre o Tejo e a iluminar o padrão dos descobrimentos dá uma atmosfera de quase encantamento, tudo seria magnifico, não fosse a maneira peculiar que este povo lusitano arranjou para ver o fogo!
Pouco passa das 23h quando se comete a verdadeira loucura de passar pela marginal num sábado à noite. Ao contrário do que seria de esperar, a confusão não estava a 24 de Julho e quando se pensa que o pior já passou, o trânsito pára. Só luzes de stop, só vermelho pela marginal a fora, tanto quanto se consegue ver! Só podia ser um acidente... Mas eis que no horizonte surgem aquelas luzes no ar e o no primeiro lampejo que tive pensei que se tratava do habitual ritual de embasbaque normal, que estava tudo a andar a passo de caracol para não perder pitada do espectáculo enquanto faziam o caminho. Mas ao passar pela zona de Belém em si percebi que era algo ainda mais sui generis! Como estava tudo cheio com filas imensas de carros parados em todo o pedaço de passeio, a alternativa a seguir foi utilizar uma das faixas de rodagem com os quatro piscas ligados como se assim tudo desculpassem, com os filhos sentados do lado de fora das janelas do carro, ou com os casais abraçados entre o pouco espaço livre até ao carro seguinte, completamente alheios à fila ao lado que a custo tentava andar e seguir viagem!A cereja no topo chegou pouco depois com meia dúzia de policias no meio da estrada, a dar ordens de seguimento à faixa da esquerda como se a fila da direita estar parada a ver o fogo de artifício, para lá de usual fosse expectável. E lá estavam eles com cara de poucos amigos, não para quem estava parado a entupir tudo, mas para quem apesar de tudo teimava em utilizar a estrada para a sua principal finalidade: viajar!

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