Sempre fui uma maria chorona.
Pertenço aquele universo que chorou e chora com o bambi. Que já em pequena não conseguia perder um episódio da Candy Candy, mas chorava baba e ranho ao fazê-lo, como se o conceito de nada daquilo ser verdade, não tivesse a miníma importância. Desde que eu o visse como uma verdade próxima, estava tudo estragado!
Ainda hoje, a menos que faça um exercício mental antes, do género “não chorarei em frente a esta gente”, lá vem a torneira, muitas vezes sem aviso prévio!
Há aquelas lágrimas que nascem tranquilas nos olhos, quase sem darmos por elas, são as discretas, mas compatível com o meu exagero, quase todas as minhas lágrimas, sacodem-me o corpo e a alma, o que em certas alturas me leva a ter que dominar o choro, naquilo que chamo: “engole o choro, parva!”. É como se eu só tivesse uma posição para sentir e o volume está no máximo!
Há lágrimas que chegam porque por algum motivo me coloco no centro de um drama e tenho que o carpir para ver se saio dele, como se todos os soluços o empurrassem para fora, como se aquele sacudir que vem das entranhas tivesse o seu quê de mágico. Embora a maioria das vezes ache que apenas consigo que o cansaço chegue mais depressa, anestesiando tudo o resto...
E depois há outras lágrimas que vêm quando o corpo já não se consegue exprimir de mais nenhuma forma, como se fossem a extensão da dor ou do prazer supremo! São as que chegam quase de emboscada e que nos deixam sem espaço para as justificarmos!
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