2006-11-16

O embalo da dança

Esta semana já consegui ir à aula. É claro que est semana tudo se passou um pouco ao contrário! Com receio dos atrasos de comboio, fui de boleia, já que íamos todas para o mesmo sítio e tive que apanhar um trânsito descomunal! A ironia dos deuses não podia faltar!:) Mas lá acabámos por chegar, apesar da aula já ter começado.


Eu adoro dançar! Dizia-me a minha avó que eu fiquei com o bichinho da dança pelo lado do meu avô e eu gosto de pensar que sim! É um pouco como guardar em mim mesma, parte dele e ter sempre comigo uma lembrança gravada do espírito dele!


Estava curiosa, uma vez que nunca aprendi nenhuma dança africana. Gostei daquele efeito de “soltura” que ganhei depois dos cinco minutos iniciais onde apenas marquei o tempo nos dois passos base. Foi um pouco como quando nos dão a provar algo que já nem nos lembrávamos de gostar e redescobrir o paladar novamente!


Quando me calhou dançar com o professor, dei por mim a ter que calar a minha parte educada nas freiras, esquecer a proximidade com todas as conotações parvas que me podiam atravessar o espírito naquela altura! Cada vez que a deixava ganhar espaço só ouvia o prof a dizer, está com atenção que vais sentir o movimento, é só seguires e vir comigo. Se deixasse que o diálogo das grilhetas continuasse, o mais certo era além de não perceber nada do movimento, ainda me irritar comigo à conta do assunto! Assim que mandei esse lado embora, fechei os olhos durante um breve momento e realmente senti, que era só “ler” o movimento do corpo e seguir. Pudessem tantas outras coisas ficarem resolvidas a esta simplicidade!

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